Mais um caso de demissão em massa em startup da área de saúde acaba de ganhar destaque na imprensa nacional. A Alice - que atua no estado de São Paulo e oferece planos de saúde corporativos e individuais - acaba de dispensar 63 pessoas de seu quadro de funcionários. O curioso é que a medida foi tomada apenas sete meses depois de a empresa ter recebido um investimento de US$ 127 milhões, liderado pelo conglomerado japonês SoftBank e tido como um dos maiores do setor privado de saúde no ano passado.
Segundo reportagem publicada pelo Estadão, a startup justificou as demissões dizendo que está realizando uma reestruturação de sua equipe de vendas, que também envolveu a realocação de outros vinte trabalhadores. Porém, nos bastidores, especula-se sobre a necessidade da empresa de realizar corte de gastos.
Recentemente, a Alice anunciou a compra da Cuidas, que oferece a empresas enfermeiros e consultas com médicos da família. No último mês, também passou a oferecer um plano corporativo voltado a organizações com até 250 trabalhadores, fugindo um pouco de seu foco principal inicial, que era oferecer planos individuais. Porém, as estratégias não teriam sido tão bem sucedidas quanto o esperado.
A Alice informa, em seu site, um reajuste de 12,13% em seus planos de saúde. O valor é inferior aos 15,5% autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em maio.
Nos últimos seis meses, as demissões em massa vêm gerando tensão dentro das startups de saúde. No Brasil, só em junho, foram anunciados cortes de 13% na startup de educação e especialização médica Sanar e de 15% na Sami, que atua na área de planos de saúde digitais.
De acordo com a ABSS (Associação Brasileira de Startups de Saúde), existem atualmente, em território nacional, entre 800 e 1000 startups de saúde, de diferentes proporções. O número total de funcionários das mesmas não é contabilizado.
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