Novo estudo mostra que uma terapia com células CAR-T, já usada
contra certos tipos de câncer (como linfoma e leucemia), pode levar à remissão
do lúpus grave. A pesquisa foi realizada por integrantes da Universidade
Friedrich-Alexander Erlangen-Nürnberg, na Alemanha. Nela, foram envolvidas cinco
pessoas com a doença, com comprometimento de vários órgãos, que não responderam
à terapia padrão.
A terapia teve como alvo uma proteína das células B, chamada
de CD19, presente no organismo dos pacientes. Foi constatado que, após três
meses, as pessoas que se sujeitaram ao tratamento apresentaram melhoras nos
sintomas, incluindo remissão do comprometimento de órgãos e o desaparecimento
de autoanticorpos relacionados à doença. Elas não precisaram de nenhum
tratamento adicional.
Segundo os autores do estudo, os efeitos colaterais gerados
pela terapia com células CAR-T em pacientes com lúpus grave foram leves. Em
pacientes com câncer, o tratamento costuma causar febre alta, calafrios,
dificuldade para respirar e síndrome de liberação de citocinas.
O próximo passo é fazer um monitoramento mais longo dos
pacientes e descobrir se eles irão desfrutar de remissão do lúpus a longo prazo
e mesmo ser curados da doença, que atualmente não tem cura. Novos estudos,
envolvendo um maior número de pacientes, também devem ser realizados.
Referência:
Andreas Mackensen et al, Anti-CD19 CAR T cell therapy for refractory systemic lupus erythematosus, Nature Medicine (2022). DOI:10.1038/s41591-022-02017-5
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