Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Poluição do ar está associada a maior risco de doenças autoimunes

Poluição do ar está associada a maior risco de doenças autoimunes
Academia Médica
mar. 21 - 4 min de leitura
000

A exposição a longo prazo à poluição do ar está ligada ao maior risco de  doenças autoimunes — em particular: artrite reumatoide, doenças do tecido conjuntivo e enfermidades inflamatórias intestinais, segundo uma pesquisa publicada on-line no periódico RMD Open, em 15 de março de 2022.

Segundo os autores, a poluição do ar por exaustão de veículos e produção industrial pode desencadear imunidade adaptativa — pela qual o corpo reage a uma entidade específica causadora de doenças.

No entanto, a resposta imune pode falhar, provocando inflamação sistêmica, dano tecidual e, eventualmente, doenças autoimunes. A exposição a partículas já foi associada a ocorrência de problemas como:

•Derrames;

• Câncer no cérebro;

• Aborto;

• Problemas ligados ao adoecimento mental.

Além disso, todas as células do corpo podem ser afetadas pelo ar sujo, segundo revisão global, publicada em 2019. Tanto a incidência quanto a prevalência dessas condições aumentaram constantemente na última década e, as razões ainda não são totalmente nítidas.  O que se sabe é que a poluição do ar está ligada a maior probabilidade da ocorrência de doenças  autoimunes.

Para se aprofundar na questão, os pesquisadores exploraram o Banco de dados nacional Italiano de risco de fratura (DeFRA) e recuperaram informações médicas abrangentes sobre 81.363 homens e mulheres enviadas por mais de 3.500 médicos entre junho de 2016 e novembro de 2020.

92% das pessoas que participaram da pesquisa são mulheres, com  65 anos, em média e 17.866 (22%)  do grupo afirmou ter  pelo menos uma condição de saúde coexistente. Cada paciente foi vinculado à estação de monitoramento da qualidade do ar mais próxima por meio de seu código postal residencial.

O estudo analisou a exposição média de longo prazo ao material particulado fino (conhecido como PM10 e PM2,5), produzido por fontes como veículos e usinas de energia. Níveis de concentração acima de 30µg/m3 para PM10 e 20µg/m3 para PM2,5 são os limites considerados prejudiciais à saúde humana.

Os cientistas concluíram que a exposição geral a longo prazo a partículas acima desses níveis foi associada a, respectivamente, um risco de 12% e 13% maior de desenvolver uma doença autoimune.

Já a exposição a longo prazo ao PM10 foi associada a um risco aumentado de artrite reumatoide, enquanto a exposição a longo prazo ao PM2,5 foi associada a um risco aumentado de artrite reumatoide, doenças do tecido conjuntivo e enfermidades inflamatórias intestinais.

A exposição a longo prazo ao tráfego e poluentes do ar industrial foi associada aos seguintes riscos: 40% a mais de probabilidade no desenvolvimento de artrite reumatoide e aumento de um risco de 20% e 15%,  no desenvolvimento  doença inflamatória intestinal e enfermidades do tecido conjuntivo, respectivamente.

Vale destacar que o estudo em questão é  observacional. Por isso,  os pesquisadores reconhecem várias limitações que podem ter afetado suas descobertas.  Abaixo algumas delas:

• Falta de informação sobre as datas de diagnóstico e início dos sintomas da doença autoimune;

• Ciência de que o monitoramento da qualidade do ar pode não refletir a exposição pessoal aos poluentes

• Consciência de que os resultados podem não ser mais amplamente aplicáveis ​​porque as participantes do estudo eram em grande parte mulheres mais velhas em risco de fratura. 

Artigos relacionados

Referência

  1. Adami G, Pontalti M, Cattani G, et al. Association between long-term exposure to air pollution and immune-mediated diseases: a population-based cohort study. RMD Open 2022;8:e002055. doi: 10.1136/rmdopen-2021-002055. Disponível em https://rmdopen.bmj.com/content/8/1/e002055. Acesso em março de 2022.

Denunciar publicação
    000

    Indicados para você