O mês de setembro, através da campanha Setembro Amarelo, foi
dedicado ao combate ao suicídio no Brasil. Várias ações de prevenção e
conscientização em relação ao assunto foram desenvolvidas. Agora, segundo um estudo
desenvolvido pela Universidade de Chicago e recém-publicado na JAMA Psychiatry, uma nova descoberta
sobre o tema vem à tona: o uso de ácido fólico como estratégia de prevenção.
Após um trabalho com 866.586 pacientes nos Estados Unidos,
pesquisadores descobriram que a prescrição de ácido fólico, também conhecido
como vitamina B9, estava associado a uma redução de 44% nos eventos suicidas
(tentativas de suicídio, ideação e automutilação intencional). Além disso, os riscos
eram menores quanto maior o tempo de consumo do produto. Após um acompanhamento
de pacientes durante um período de 24 meses, foi constatado que cada mês de
prescrição foi associado a uma redução adicional de 5% no risco.
Para ter certeza de que a relação entre ácido fólico e
eventos suicidas não é causal, os cientistas estão acompanhando um novo estudo,
com ensaio clínico randomizado em larga escala (RCT), envolvendo indivíduos divididos
em dois grupos, um que recebe ácido fólico e outro que recebe um placebo. O
objetivo é comparar a taxa de eventos suicidas ao longo do tempo.
Se as descobertas em relação ao ácido fólico forem
confirmadas, ele pode ser utilizado como uma estratégia de prevenção barata,
sem efeitos colaterais, segura e de fácil acesso, sendo que pode ser obtido sem
receita médica.
Referência:
Robert D. Gibbons et al, Association Between Folic Acid
Prescription Fills and Suicide Attempts and Intentional Self-harm Among
Privately Insured US Adults, JAMA Psychiatry (2022). DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2022.2990
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