O uso de drogas como maconha, metanfetamina, cocaína e
opiáceos está ligado a maiores riscos de desenvolvimento de fibrilação atrial(FA), distúrbio do ritmo cardíaco potencialmente mortal.
A constatação faz parte de um estudo realizado por
pesquisadores da UC San Francisco, que analisou dados referentes a internações
hospitalares, atendimentos de emergência e procedimentos médicos na Califórnia entre
os anos de 2005 e 2015. Entre os pacientes nos bancos de dados examinados,
132.834 usavam cannabis, 98.271 metanfetamina, 48.700 cocaína e 10.032 opiáceos.
Segundo os pesquisadores, o uso de metanfetaminas aumenta o
risco de FA em 86%.
A cocaína foi associada a um aumento de 61% no risco. Os opiáceos,
a 74%. Já em relação à maconha, foi constatado um risco um pouco inferior: 35%.
Porém, a droga também foi associada como um fator de risco para dislipidemia,
diabetes mellitus e doença renal crônica.
A FA é um ritmo de bombeamento anormal e desordenado
decorrente de distúrbios elétricos nos átrios. Em casos graves de bombeamento
atrial defeituoso, coágulos podem se formar nos átrios e, em seguida, romper na
corrente sanguínea e causar derrames mortais. O problema é bastante relacionado
a casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Referência:
Anthony L Lin et al,
Cannabis, cocaine, methamphetamine, and opiates increase the risk of incident
atrial fibrillation, European Heart Journal (2022). DOI: 10.1093/eurheartj/ehac558