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Vacina contra Malária: Estudo mostra Segurança e Eficiência

Vacina contra Malária: Estudo mostra Segurança e Eficiência
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ago. 11 - 4 min de leitura
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Uma vacina experimental contra a malária apresentou-se segura e estimulou uma resposta imunológica em bebês africanos, um dos grupos mais vulneráveis à forma grave da doença da malária. Atualmente, a única vacina contra a malária aprovada pela Organização Mundial da Saúde é a "RTS,S", que oferece proteção parcial contra a doença.

Os recentes resultados de um ensaio de fase Ib (early-stage phase Ib trial), realizado na Tanzânia e publicado no dia 11 de agosto de 2023 na revista Med de pesquisa clínica e translacional, revelaram que o alvo RH5, uma proteína utilizada pelo patógeno da malária Plasmodium falciparum para invadir as células vermelhas do sangue, pode gerar uma resposta imunológica significativa, sendo mais pronunciada em bebês.

Segundo Angela Minassian, cientista clínica da Universidade de Oxford, as vacinas anti-esporozoíta, como a RTS,S, precisam ser 100% eficazes na prevenção da invasão do parasita no fígado para que a doença seja prevenida. Uma vacina em estágio sanguíneo, como a RH5, oferece uma segunda linha de defesa, dando uma segunda oportunidade de parar a malária antes de causar doença.

A infecção por malária ocorre quando um mosquito infectado pica uma pessoa, liberando o Plasmodium falciparum no corpo. Vacinas como a RTS,S treinam o sistema imunológico para atacar o parasita neste estágio inicial, antes de invadir o fígado. Uma vez maduro e liberado do fígado na corrente sanguínea, o Plasmodium falciparum apresenta o RH5 e infecta as células vermelhas, causando a doença.

A pesquisa foi realizada em Bagamoyo, Tanzânia, onde a prevalência média de malária é de 13%. Foram inscritos 63 participantes, desde bebês até adultos de 35 anos, randomizados para receber a vacina experimental "ChAd63-MVA RH5" ou uma vacina de controle contra a raiva. A principal finalidade do estudo foi avaliar a segurança da vacina em uma região endêmica para malária. Embora os participantes de ambos os grupos tenham relatado dor no local da injeção e febre leve após a vacinação, a vacina foi bem tolerada e não houve preocupações com a segurança.

Um resultado secundário foi avaliar se a vacina promoveria uma resposta imunológica. Foi observado que os participantes que receberam a vacina contra a malária desenvolveram anticorpos contra o RH5, que foram capazes de inibir o crescimento do parasita em níveis associados à proteção contra a doença.

Os autores destacaram que a resposta imunológica mais forte foi observada em bebês com menos de 11 meses, seguidos por crianças de um a seis anos e, por último, adultos. O motivo dessa diferença ainda precisa ser esclarecido. Contudo, o foco continua nos bebês e crianças pequenas, pois são necessários níveis muito altos de anticorpos para proteger contra a infecção pelo parasita.

Os pesquisadores concluem que esse foi um estudo de pequena escala e recomendam a realização de mais ensaios para otimizar a faixa etária recomendada, o cronograma de reforço e a plataforma de entrega para vacinas anti-RH5. Atualmente, está planejado um ensaio de fase 1b na Gâmbia, que investigará os efeitos da combinação de uma vacina anti-RH5 com uma anti-esporozoíta.

Caso queira aprofundar-se neste estudo, disponibilizamos o link para acesso aqui. 😉



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Referências: 






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