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Variação da pressão arterial ao longo dos anos e risco de demência

Variação da pressão arterial ao longo dos anos e risco de demência
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out. 31 - 4 min de leitura
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Um estudo publicado na JAMA Network Open, em 30 de outubro de 2023,  se propôs a investigar a relação entre a variabilidade da pressão arterial (PA) ao longo dos anos, desde a meia-idade até a morte, e o risco de desenvolvimento de demência durante a vida. Com uma amostra de 820 indivíduos residentes na comunidade, acompanhados por uma média de 32,2 anos, o estudo mostrou que apenas a variabilidade da PA em idade avançada estava associada a um maior risco de demência.

O gráfico ilustra as razões de Risco (Hazard Ratios - HRs) para a associação entre a variabilidade da pressão arterial (BPV) e a pressão arterial sistólica (SBP) com o desenvolvimento de demência em diferentes idades, variando de 60 a 90 anos.

Fonte: den Brok MGHE, van Dalen JW, Marcum ZA, et al., (2023).

A variabilidade da PA em idades mais avançadas estava associada a um maior risco de demência, independentemente do risco de mortalidade como um fator de competição. Além disso, os resultados não diferiram significativamente entre subgrupos de acordo com a pressão arterial sistólica (PAS) ou o uso de medicamentos anti-hipertensivos (AHM), e foram semelhantes quando indivíduos com histórico de acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto do miocárdio (IM) foram excluídos.

Na tabela a seguir, é possível visualizar a Razões de Risco (HRs) para Incidência de Demência e Mortalidade por Incremento de 1 Desvio Padrão na Variabilidade da Pressão Arterial (BPV):

Fonte: den Brok MGHE, van Dalen JW, Marcum ZA, et al., (2023).

Uma meta-análise recente sugeriu que a variabilidade da PA pode ser um fator mais importante para o risco de demência do que a própria hipertensão. O estudo atual apoia essa sugestão, mas destaca que essa associação parece ser específica para a variabilidade da PA em idade avançada.

No entanto, a associação entre variabilidade da PA e demência é complexa e ainda não totalmente compreendida. Uma possibilidade é que a variabilidade da PA em idades mais avançadas seja um marcador de envelhecimento biológico avançado e, portanto, esteja associada à demência. Outra possibilidade é que a variabilidade da PA esteja relacionada à doença cerebrovascular.

Apesar dos resultados, este estudo apresentou limitações, como o ferfil da amostra, composta principalmente por indivíduos com acesso a cuidados de saúde de relativamente boa qualidade, o que pode limitar a generalização dos resultados para populações mais diversas ou regiões com menos acesso a cuidados de saúde. Além disso, incluiu apenas dados de autópsia de participantes que consentiram, o que pode ter resultado em uma taxa de demência mais alta na amostra.

Em suam, os resultados provam que a variabilidade da PA em idade avançada, mas não na meia-idade, estava associada a um maior risco de demência ao longo da vida. Estudos adicionais com amostras mais diversificadas e acompanhamento de longo prazo são necessários para confirmar a dependência da idade dessa associação, identificar os mecanismos subjacentes e corroborar as conclusões deste estudo.

*As imagens apresentadas neste conteúdo foram extraídas da pesquisa original. Para uma consulta detalhada ao estudo completo, disponibilizamos aqui o link de acesso.

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Referência:

den Brok MGHE, van Dalen JW, Marcum ZA, et al. Year-by-Year Blood Pressure Variability From Midlife to Death and Lifetime Dementia Risk. JAMA Netw Open. 2023;6(10):e2340249. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.40249


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