O diabete mellitus é um problema de saúde global que vem crescendo nos últimos anos devido, principalmente, aos fatores ambientais que as sociedades vêm adotando. O número de pessoas com diabetes aumentou de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014, segundo a OMS. A prevalência tem aumentado mais rapidamente em países de baixa e média renda. O diabetes é uma das principais causas de cegueira, insuficiência renal, ataques cardíacos, derrame e amputação de membros inferiores.
O diabetes tipo 2 (DM 2) ocorre devido ao aumento da resistência à insulina pelo corpo causado por fatores genéticos e alterações ambientais como o sedentarismo. Esse tipo de diabetes é, em grande parte, o resultado do excesso de peso corporal e da inatividade física e é o tipo de diabetes mais prevalente na população.
Como a pesquisa e o entendimento sobre essa doença vêm crescendo ultimamente, a Associação Americana de Diabetes (ADA) sugeriu um novo conceito: o de remissão do DM2. Eles sugeriram que a “remissão”, que significa “redução ou desaparecimento dos sinais e sintomas”, seja adotado como termo descritivo. Três categorias de remissão foram propostas:
- A remissão “parcial” foi considerada como ocorrendo quando a glicemia fica abaixo dos limiares diagnósticos para diabetes é mantida sem farmacoterapia ativa por pelo menos 1 ano.
- A remissão “completa” foi descrita como níveis normais de glicose sem farmacoterapia por 1 ano.
- A remissão “prolongada” pode ser descrita quando uma remissão completa persistiu por 5 anos ou mais sem farmacoterapia. Um nível de HbA1c <6,5% e / ou glicose plasmática em jejum: 100-125 mg / dL.
ADA propões novas terminologias e definições nesse assunto
No intuito de facilitar as decisões clínicas, a coleta de dados e a pesquisa sobre os resultados no DM 2, foi desenvolvida uma terminologia mais clara que descreva de forma mais adequada. Com base em nossas discussões, foi proposto o seguinte:
- O termo usado para descrever uma melhora metabólica sustentada no DM 2 para níveis quase normais deve ser remissão.
- A remissão deve ser definida como um retorno da HbA1c para <6,5% (<48 mmol / mol) que ocorre espontaneamente ou após uma intervenção e que persiste por pelo menos 3 meses na ausência de farmacoterapia para redução da glicose usual.
- Quando a HbA1c é identificada como um marcador não confiável de controle glicêmico crônico, a glicemia de jejum <126 mg / dL (<7,0 mmol / L) ou a hemoglogina glicada estimada (eA1C) <6,5% calculados a partir de valores de monitoramento contínuo de glicose podem ser usados como critérios alternativos.
- A HbA1c para documentar uma remissão deve ser realizada imediatamente antes de uma intervenção e não antes de 3 meses após o início da intervenção e retirada de qualquer farmacoterapia para redução da glicose.
- Os exames subsequentes para determinar a manutenção em longo prazo da remissão devem ser feitos pelo menos uma vez por ano, junto com os testes rotineiramente recomendados para complicações potenciais do diabetes.
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Referências
1. Riddle MC, Cefalu WT, Evans PH, Gerstein HC, Nauck MA, Oh WK, et al. Consensus Report: Definition and Interpretation of Remission in Type 2 Diabetes. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism [Internet]. 2021 Aug 30 [cited 2021 Sep 6]; Available from: https://academic.oup.com/jcem/advance-article/doi/10.1210/clinem/dgab585/6358623#296615962
2. World Health Organization: WHO. Diabetes [Internet]. Who.int. World Health Organization: WHO; 2021 [cited 2021 Sep 6]. Available from: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/diabetes
Conteúdo elaborado por Diego Arthur Castro Cabral