O que você vai ler nesse texto
- Associação entre o tabagismo e a insuficiência cardíaca
- Como o estudo chegou nesses resultados
- O impacto do tabagismo no risco de desenvolvimento de insuficiência cardíaca
- O efeito de ser ex-tabagista no risco de insuficiência cardíaca
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg descobriram que indivíduos que fumam cigarros de tabaco desenvolveram insuficiência cardíaca com o dobro da taxa daqueles que nunca fumaram.
O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology e associou o tabagismo com o aumento do risco de desenvolvimento de 2 biotipos de insuficiência cardíaca, um com fração de ejeção reduzida e outro com fração de ejeção preservada.
Os autores analisaram os registros de saúde de participantes de um estudo de que avaliou o risco de desenvolvimento de aterosclerose e que foi iniciado em 1987. O artigo inclui adultos de meia-idade e idosos nos Estados Unidos, com representação substancial de indivíduos negros. A análise do novo estudo incluiu dados de quatro comunidades em Maryland, Carolina do Norte, Minnesota e Mississippi, e se concentrou em 9.345 participantes do estudo de aterosclerose, com idades entre 61 e 81 anos, que tinham registros suficientes e nenhum diagnóstico de insuficiência cardíaca no início de 2005.
Ao longo do acompanhamento médio de 13 anos, houve 1.215 casos de insuficiência cardíaca no estudo, incluindo 492 casos de fração de ejeção reduzida e 555 casos de fração de ejeção preservada. A análise dos pesquisadores mostrou que os fumantes do grupo foram diagnosticados com os dois subtipos de insuficiência cardíaca com taxas elevadas em comparação com os que nunca fumaram – 2,28 vezes maior para fração de ejeção preservada e 2,16 vezes maior para fração de ejeção reduzida.
Foi constatado também a relação "dose-resposta" sobre a insuficiência cardíaca, ou seja, quanto mais cigarros por dia e mais anos de tabagismo associados a maior risco de insuficiência cardíaca. Da mesma forma, parar de fumar trouxe uma queda no risco de insuficiência cardíaca, e essa redução no risco aumenta ao longo do tempo. Mesmo após ter parado de fumar, o risco geral de insuficiência cardíaca permaneceu significativamente maior do que o risco dos que nunca fumaram, com exceção do grupo de participantes que não fumava há 30 anos ou mais.
Segundo os resultados do estudo, os ex-fumantes tiveram 31% e 36% mais chances de ter fração de ejeção preservada e fração de ejeção reduzida , respectivamente, em comparação com os que nunca fumaram.
Artigos relacionados
Por que a maioria dos fumantes não desenvolve câncer de pulmão?
O que você precisa saber sobre a relação dos tabagistas com a transmissão da COVID-19
Referências
Ning Ding et al, Cigarette Smoking, Cessation, and Risk of Heart Failure With Preservated and Reduced Ejection Fraction, Journal of the American College of Cardiology (2022). DOI: 10.1016/j.jacc.2022.03.377