Cientistas de renome estão emitindo um alerta preocupante: o Brasil pode ser o berço de uma futura pandemia global. A rápida destruição da floresta tropical na Amazônia deixou uma vasta extensão de terra, cerca de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, propensa a ser o local onde um microrganismo transmitido por morcegos pode infectar os seres humanos.
No coração da floresta amazônica, cientistas apontam para uma possível origem da próxima pandemia: uma caverna. A caverna Planaltina, no Pará, com mais de 1,5 quilômetro de profundidade, abriga milhares de morcegos. E essa é apenas uma das muitas cavernas semelhantes que existem na região amazônica. Inúmeros habitats e espécies de morcegos nativos ainda permanecem completamente não estudados ou descobertos.
O Brasil possui o terceiro maior número de espécies de morcegos do mundo, e alguns dos vírus mais devastadores já surgiram desses animais. Os cientistas estão empenhados em estudar como e por que isso acontece, com a esperança de prevenir futuras pandemias, como a que estamos vivendo atualmente com a Covid-19.
No entanto, o financiamento limitado tem dificultado o avanço dessas pesquisas. Nove cientistas entrevistados afirmaram que não esperam desvendar esses mistérios patogênicos tão cedo. Além disso, alertam que a humanidade teve sorte de evitar um grande surto viral proveniente da região até o momento.
A análise da Reuters revelou que as chamadas "zonas de salto" brasileiras, onde as condições são propícias para que um vírus seja transmitido de morcegos para humanos, cresceram mais de 40% nas últimas duas décadas. Esse crescimento é 2,5 vezes mais rápido do que em áreas de risco semelhantes em todo o mundo. O desmatamento acelerado na região amazônica impulsiona esse risco.
Os cientistas argumentam que a prática do desmatamento causa estresse nos morcegos, o que pode aumentar a carga viral que carregam e resultar na liberação de mais germes em sua saliva, urina e fezes.
Os cientistas e especialistas em saúde alertam que o país ainda está despreparado para detectar um agente causador de doenças perigoso, apesar das altas chances de um novo vírus emergir da região amazônica.
O Ministério da Saúde afirma que monitora diariamente o risco de transmissão zoonótica por meio de várias redes e programas e está buscando maneiras de aprimorar a vigilância.
Enquanto isso, o desmatamento continua em ritmo acelerado. Cada nova incursão na floresta oferece mais uma oportunidade para o surgimento de um novo agente causador de doenças mortais, que pode se espalhar não só pelo Brasil, mas também pelo mundo.
É crucial que médicos e especialistas estejam cientes desse alerta e se engajem na conscientização sobre a importância da preservação da floresta amazônica. A prevenção de futuras pandemias está diretamente ligada à preservação dos ecossistemas naturais e à promoção de práticas sustentáveis. Juntos, podemos contribuir para um futuro mais saudável e seguro para toda a humanidade.
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Fonte:
CNN Brasil (Maio, 2023). Aceleração do desmatamento deixa o Brasil propício para uma nova pandemia, dizem especialistas
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/aceleracao-do-desmatamento-deixa-o-brasil-propicio-para-uma-nova-pandemia-dizem-especialistas/