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A eficácia do placebo

A eficácia do placebo
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mai. 11 - 5 min de leitura
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O placebo desempenha um papel crucial em estudos médicos que avaliam a eficácia de medicamentos. Porém, na prática clínica de algumas áreas da medicina, os próprios placebos proporcionam melhora do quadro dos pacientes. Em parceria com a Universidade de Michigan, a revista britânica The Conversation elaborou um artigo citando estudos de alta qualidade que demonstraram a eficácia e os benefícios do uso do placebo como tratamento para patologias. 

Patologias como depressão, dor, fadiga, síndrome do intestino irritável, Doença de Parkinson, osteoartrite de joelho são algumas condições que respondem positivamente ao uso de placebos. Apesar da evidência de efetividade, o não medicamento não é comumente prescrito na prática médica. Entretanto, devido ao novo entendimento sobre o impacto de  aspectos não farmacológicos no tratamento, como segurança e preferências do paciente, especialistas aumentaram a prescrição de placebo.

Em relação à efetividade do placebo na depressão, de acordo com o psicólogo e especialista em placebo, Irving Kirsch, grande parte do alívio dos sintomas depressivos promovido pelo fármaco é proveniente da crença de que a medicação será benéfica, ou seja, efeito placebo. 

Para aprovação de quais medicamentos podem ser comercializados para o consumidor, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, exige que todos os novos medicamentos sejam testados em ensaios controlados randomizados que demonstrem que os medicamentos são melhores que os tratamentos com placebo. Entretanto, estudos mostraram que o efeito placebo é tão forte que os remédios não proporcionam mais alívio da dor tanto quanto o placebo. 

Em estudo recente, apenas 1 em 10 tratamentos médicos da amostra atendeu aos padrões considerados por alguns como o padrão-ouro de evidência de alta qualidade, de acordo com um sistema de classificação de uma organização internacional sem fins lucrativos. Segundo os pesquisadores, esse resultado significa que muitos pacientes melhoram, mesmo que os tratamentos que recebem não tenham provado ser melhores que o placebo.

Afinal, como o placebo funciona? 

A eficácia positiva do placebo é proveniente ao poder da mente e como a pessoa aproveita essa habilidade para fazer seu tratamento. Para agir assim, o placebo ativa sistemas pré-existentes de cura com a mente e o corpo. Elementos do corpo antes considerados fora do controle de um indivíduo são agora conhecidos por serem modificáveis. 

Um campo da medicina chamado Medicina da mente e do corpo desenvolveu-se a partir do trabalho do cardiologista Herbert Benson, e entende que muitas doenças são agravadas por mudanças automáticas que ocorrem no corpo sob estresse. Sendo assim, como um dos mecanismos de ação do placebo é por meio da redução do estresse, o não medicamento, sob a análise cientifica da medicina da mente e do corpo, pode reduzir os sintomas de doenças.

Placebos também funcionam por criarem expectativas e respostas condicionais. Através de estudos de imagem, cientistas encontraram mudanças na resposta cerebral de pacientes submetidos a tratamento bem-sucedido contra dor com placebo. Além disso, há evidências de que indivíduos que responderam positivamente ao placebo, mostraram aumento da atividade cerebral em áreas correlacionadas a produção natural de opioide. 

Por fim, o artigo da The Conversation ressaltou que o uso do placebo é mais comum do que o preconizado. Um estudo de 2013 do Reino Unido descobriu que 97% dos médicos reconheceram ter usado alguma forma de placebo durante sua carreira.


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Referências

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  3. WAGER, Tor D.; ATLAS, Lauren Y. The neuroscience of placebo effects: connecting context, learning and health. Nature Reviews Neuroscience, v. 16, n. 7, p. 403-418, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.1038/nrn3976. Acesso em: 11 de maio 2022.

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