Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Toronto, no Canadá, identificaram uma substância que pode conter o avanço da Doença de Parkinson: a AG-490. A substância foi testada em camundongos e os resultados a pesquisa foram publicados na revista Molecular Neurobiology.
Segundo os pesquisadores, o composto atua em um dos mecanismos fisiopatológicos da Doença de Parkinson, inibindo a entrada de cálcio nos canais de cálcio dos neurônios e impedindo 60% da morte celular causada na doença. A inspiração para o trabalho veio de um modelo aplicado no Canadá, que mostrou que a substância teve efeito protetor em AVC, também em estudos com animais.
A descoberta gerou novos questionamentos que serão respondidos em outras pesquisas sobre a substância. De acordo Luiz Roberto Britto, pesquisador da USP, os próximos passos são:
• Compreender como a substância se comporta com uma aplicação posterior à toxina que induz à doença;
• Reconhecer qual a resposta à toxina que induz a Parkinson em camundongos geneticamente modificados sem o canal de cálcio;
•Avaliar os possíveis efeitos colaterais do uso da AG-490.
Em entrevista à imprensa, Brito destacou que a identificação dessa nova função para a substância não significa a cura para a doença do Parkinson, mas, ao menos, ela impede que a doença avance ao longo dos anos.
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Referência
- AGÊNCIA BRASIL. Estudo identifica substância que pode conter avanço de Parkinson. 2022. Disponível em:https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-05/estudo-identifica-substancia-que-pode-conter-avanco-de-parkinson..Acesso em: 09 maio 2022.
- FERREIRA, Ana Flávia Fernandes et al. Inhibition of TRPM2 by AG490 Is Neuroprotective in a Parkinson’s Disease Animal Model. Molecular neurobiology, p. 1-17, 2022. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12035-022-02723-8.Acesso em: 09 maio 2022.