De modo a desenvolver os pilares das bases para o tratamento de doenças neurodegenerativas, cientistas da Universidade de Viena, com pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, da Universidade Monash, do Instituto Max Planck de Biofísica em Frankfurt e da UC Berkeley – investigam o processo de autofagia, que se relaciona com a fisiopatologia de doenças como Alzheimer e Parkinson.
A autofagia é um processo que origina a degradação de componentes da própria célula utilizando os lisossomos, tendo como objetivo manter um equilíbrio entre a síntese, a degradação e a reciclagem dos produtos celulares. As organelas celulares envelhecidas são envoltas pelo retículo endoplasmático liso e são transformadas em autofagossomo, o qual segue para o retículo endoplasmático de Golgi e degradado por enzimas hidrolíticas.
Um dos desejos celulares pode ser causado pela proteína tau, molécula fortemente suspeita em causar demências comuns como o Alzheimer, ela forma agregações alongadas nas células neurais, as quais são detectados e degradados pela maquinaria de autofagia.
Além do Alzheimer, no Parkinson também ocorre a autofagia. Porém, por ser uma patologia, no Parkinson ocorre um erro no descarte de mitocôndrias danificadas em uma parte específica do cérebro responsável pela liberação do mensageiro químico dopamina. A longo prazo, isso causa os sintomas típicos do Parkinson, como: impossibilidade de controlar movimentos, enrijecimento de músculos e o aparecimento de tremores também em repouso.
Várias proteínas estão envolvidas no processo de autofagia. Em mais de 10 anos de pesquisa, os cientistas conseguiram isolar dezenas componentes e conseguiram recapitular os primeiros passos na formação do autofagossomo. Seguindo o princípio modular, eles agora querem decifrar os próximos passos centrais desse mecanismo de autofagia.
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Referência
- HOLLENSTEIN, David M. et al. Spatial control of avidity regulates initiation and progression of selective autophagy. Nature communications, v. 12, n. 1, p. 1-18, 2021.Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41467-021-27420-3. Acesso em 14 de abril de 2022.