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A importância dos testes genéticos na detecção e tratamento do câncer de próstata

A importância dos testes genéticos na detecção e tratamento do câncer de próstata
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nov. 30 - 4 min de leitura
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Mutações genéticas hereditárias podem aumentar significativamente a chance do homem vir a desenvolver câncer de próstata, além da associação a piores prognósticos. Dessa forma, testes que avaliam risco de câncer genético são fortemente recomendados para pacientes em estado avançado e metastático, visto que ele pode ter um impacto na escolha da terapia e seus familiares mais próximos podem ficar atentos à possibilidade de desenvolver esse e outros tipos de tumores relacionados aos mesmos genes.

Testes em genes relacionados a maior risco de cânceres hereditários vêm sendo incluídos no cuidado à saúde de pacientes com câncer de próstata para otimizar as estratégias de tratamento, tornando-as mais precisas. Nos últimos anos, houve um aumento do entendimento das mutações relacionadas à predisposição do problema, bem como vêm sendo desenvolvidos novos tratamentos tidos como mais eficazes.

Diversos genes associados ao câncer podem ser utilizados quando identificados nos testes genéticos para estratégias de triagem, especialmente os genes mutados BRCA. Os genes BRCA1 e BRCA2 são os principais genes envolvidos na predisposição do câncer de próstata, e estão associados também ao câncer de mama e ovário. A mutação no gene BRCA2 está associada a um aumento da mortalidade e diagnóstico em  pacientes mais jovem. Além disso, outras síndromes hereditárias, como a síndrome de Lynch, podem ter predisposição com os mesmos genes mutados para câncer de próstata.

Existe um consenso entre experts e diversas organizações profissionais na recomendação de incluir o teste genético na triagem de câncer de próstata, auxiliando para uma busca ativa em pacientes que possuem maior predisposição para esse tipo de câncer, avaliação de risco, adoção de estratégias de prevenção e tratamento mais assertivo. Porém, há diversos desafios para a área médica no que diz respeito à implementação.

Em relação ao tratamento, hoje é reconhecido o auxílio que os testes genéticos podem propiciar para terapias mais precisas. Por exemplo, pesquisas indicam que o câncer de próstata, quando envolvido com  alguns genes mutados específicos, está sujeito a um melhor prognóstico quando são utilizados inibidores de PARP e quimioterapias baseadas em platina. Dada a importância para a escolha do tratamento, é recomendado pelo National Comprehensive Cancer Network Prostate Cancer que se realize testes em todos os pacientes com câncer metastático ou de alto risco da doença dos genes BRCA1, BRCA2, ATM, PALB2, CHEK2, MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 e HOXB13, além de outros genes com base em indicadores genéticos.

Assim, é esperado que o teste, com o tempo, inclua homens que apresentem câncer em qualquer estágio e também os que possuem predisposição com base no histórico familiar, mesmo que ainda não afetados pelo problema. O histórico familiar tem como base informações de diagnósticos de câncer de três gerações, tanto do lado paterno quanto materno, incluindo idade do diagnóstico, regime de tratamento, se culminou com a morte, idade da morte e outros fatores que podem influenciar nas chances do paciente vir a ter câncer, no tratamento e prognóstico.

Dessa forma, é necessário que haja uma colaboração entre oncologistas, urologistas, geneticistas e profissionais da saúde da atenção primária para que se tenha um melhor prognóstico para o paciente e sua família em relação ao câncer de próstata, bem como outros tipos de cânceres que a predisposição desses genes mutados podem ocasionar.

Referência:

Veda N. Giri MD, Todd M. Morgan MD,David S. Morris MD, FACS,Jacob E. Berchuck MD,Colette Hyatt MS, CGC,Mary-Ellen Taplin MD. Genetic testing in prostate cancer management: Considerations informing primary care. DOI: 10.3322/caac.21720. Disponível em: <https://acsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.3322/caac.21720>

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