Academia Médica
Academia Médica
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
loading
VOLTAR

As limitações do IMC como indicador de obesidade e risco cardiovascular

As limitações do IMC como indicador de obesidade e risco cardiovascular
Academia Médica
mar. 7 - 3 min de leitura
000

As limitações do IMC (Índice de Massa Corporal) para dizer se o peso de uma pessoa é saudável ou não são questionadas há bastante tempo pela comunidade médica e científica. Porém, recentemente, o assunto foi tratado em tópico de um documento divulgado de forma conjunta pela Federação Mundial do Coração e pela Federação Mundial de Obesidade. Intitulado “Obesity and cardiovascular disease: mechanistic insights and management strategies” (Obesidade e doença cardiovascular: insights mecanicistas e estratégias de gerenciamento), o texto foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology.

Recurso barato e de fácil obtenção, o IMC é o principal indicador diagnóstico de sobrepeso usado na prática clínica. Porém, segundo o estudo, a medida não é capaz de fornecer indicação precisa da massa ou distribuição de gordura corporal. Isto pode ser uma barreira para o sucesso de programas de melhoria da saúde focados na obesidade, principalmente no que diz respeito à saúde do coração.

 “Indivíduos com peso normal podem ter sarcopenia com diminuição da massa muscular e aumento do percentual de gordura corporal, mas ainda ser considerados como tendo um IMC saudável. Isso é especialmente enganoso se eles tiverem adiposidade central (concentração de gordura na região abdominal) e, consequentemente, apresentarem maior risco de doenças cardiovasculares”, afirma o texto.

Pesquisas analisadas pelas federações demonstram que, entre pessoas com IMC normal, a relação cintura-quadril (RCQ) fornece uma medida robusta de adiposidade e associação de risco cardiovascular. “Um estudo examinando dados de 15.184 pessoas incluídas na Terceira Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES III) nos Estados Unidos mostrou que a mortalidade geral foi maior para indivíduos com IMC normal e obesidade central, em comparação com aqueles com o mesmo IMC, mas sem adiposidade central...Esses dados enfatizam o aumento do risco de morte e eventos cardiovasculares entre pessoas com IMC normal, mas obesidade central (...)”.

O estudo sugere que medidas antropométricas complementares, como de circunferência da cintura e análises de composição corporal, são úteis para identificar pessoas com IMC normal e obesidade central, possibilitando investigação mais aprofundada sobre fatores de risco cardiovascular, melhores estratégias de manejo do problema e prevenção de consequências negativas futuras.

Atualmente, a obesidade representa uma crise global de saúde pública que contribui para o aparecimento de diversas doenças, redução da qualidade de vida e cerca de 2,8 milhões de mortes a cada ano no mundo.

Referência:

Obesity and cardiovascular disease: mechanistic insights and management strategies. A joint position paper by the World Heart Federation and World Obesity Federation. Para ter acesso ao artigo na íntegra, clique aqui.

Leia também:



Denunciar publicação
    000

    Indicados para você