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Avanços na Compreensão e Tratamento do Melanoma

Avanços na Compreensão e Tratamento do Melanoma
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set. 18 - 5 min de leitura
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Ao abordar sobre o melanoma, optamos em contextualizar o cenário, com dados da América Latina e Caribe. Analisando as estatísticas de 2020 relativas às taxas estimadas de incidência e mortalidade padronizadas por idade, vemos a relevância desta questão, (excluindo, contudo, o Câncer de Pele Não Melanoma - NMSC).

Globocan 2020 Graph production: Global Cancer Observatory (http://gco.iarc.fr)

Dentre as análises que o gráfico proporciona, optamos por focar no comparativo entre Brasil e Uruguai em 2020. O Uruguai, destacando-se com os índices mais elevados, evidencia disparidades significativas em relação ao Brasil.

 Segundo taxas padronizadas por idade (ASR - Age-Standardized Rate), no Brasil, a incidência de melanoma foi de 4,7 por 100.000 homens e 4,0 por 100.000 mulheres. A mortalidade situou-se em 1,5 por 100.000 para homens e 0,86 por 100.000 para mulheres. Em contrapartida, o Uruguai apresentou taxas preocupantemente superiores: 8,3 por 100.000 para homens e 6,5 por 100.000 para mulheres em termos de incidência; e quanto à mortalidade, 2,6 por 100.000 em homens e 1,2 por 100.000 em mulheres.

Diante das estatísticas, torna-se relevante entender a ciência subjacente ao melanoma e descobrir o que está por trás desses números. Recentemente, uma pesquisa da Universidade de Osaka, Japão trouxe luz a algumas destas indagações, aprofundando-se nas nuances moleculares e genéticas do melanoma, o que pode eventualmente contribuir para uma melhor compreensão dessas taxas e, esperançosamente, para a descoberta de tratamentos mais eficazes.

O melanoma maligno, um tipo de câncer de pele originário de melanócitos ou nevos, é responsável por aproximadamente 80% das mortes relacionadas ao câncer de pele. Ainda que muitos casos apresentem respostas significativas às terapias moleculares já existentes, assim como aos inibidores do ponto de controle imunológico, há ocasiões em que tais tratamentos não são eficazes. Por essa razão, há uma necessidade contínua de desenvolver novos agentes terapêuticos para os casos resistentes a essas medicações.

O um estudo publicado na revista Oncogene em 01 de setembro de 2023, pesquisadores da Universidade de Osaka, trouxeram avanços na compreensão do melanoma maligno. Eles descobriram que a Isoforma 4 (Is4) do GREB1 é ativada em células de melanoma influenciadas pelo fator de transcrição MITF, que regula os melanócitos - células responsáveis pela cor da nossa pele. Esta Isoforma 4 potencializa o crescimento das células cancerígenas e controla o metabolismo da pirimidina, substância vital para a replicação do DNA e RNA.

Esta revelação fornece insights sobre os mecanismos que aceleram o crescimento do melanoma e sugere possíveis pontos de intervenção para futuros tratamentos, apresentando novas perspectivas para combater esse tipo agressivo de câncer de pele.

Para entender melhor os mecanismos de indução do GREB1 Is4 no melanoma maligno e seu papel no crescimento tumoral, os cientistas utilizaram um modelo de melanoma maligno em camundongos e amostras clínicas humanas. Estas análises proporcionaram um entendimento mais aprofundado de como a indução da expressão GREB1 Is4 pelo fator de transcrição MITF é crucial para o desenvolvimento e prognóstico do melanoma maligno.

Através da tabela extraída do estudo, é possível observar a relação entre a expressão de GREB1 e MITF e as características clínicopatológicas dos casos de melanoma maligno (N = 89).

Fonte:  Oncogene (2023). doi.org/10.1038/s41388-023-02803-6

O estudo também revelou o caminho pelo qual a ativação do GREB1 leva à proliferação das células de melanoma. De maneira geral, células cancerígenas são marcadas pela sua proliferação incontrolável. Tratamentos quimioterápicos tradicionalmente focam em suprimir essa proliferação, inibindo a síntese de ácidos nucleicos. Nesta pesquisa, foi demonstrado que o CAD, enzima limitante na síntese de pirimidina, age como uma proteína de ligação para o GREB1 Is4, tornando o GREB1 Is4 essencial para a síntese de pirimidina no melanoma maligno.

Esta descoberta abre novos horizontes para o tratamento do melanoma. O GREB1 Is4 mostrou-se um alvo terapêutico promissor, e a expectativa é que os ácidos antisense oligonucleicos contra o GREB1 tornem-se agentes terapêuticos inovadores no futuro.

Esta pesquisa ressalta que mecanismos diretamente envolvidos na execução da proliferação celular, como a síntese de ácido nucleico, são chave no desenvolvimento e proliferação de células cancerígenas, indicando assim novos métodos promissores de tratamento do melanoma no futuro.

Caso tenha interesse em aprofundar seu conhecimento sobre o conteúdo e as descobertas desse estudo, clique no link a seguir para acessar o artigo na íntegra.


Leia também: 




Referência: 

  • Osaka University. "New insights into melanoma development and therapy." ScienceDaily. ScienceDaily, 5 September 2023. <www.sciencedaily.com/releases/2023/09/230905124946.htm>.
  • Shinzawa, K., Matsumoto, S., Sada, R. et al. GREB1 isoform 4 is specifically transcribed by MITF and required for melanoma proliferation. Oncogene (2023). https://doi.org/10.1038/s41388-023-02803-6
  • Global Cancer Observatory. (2020). Globocan 2020 graph production. http://gco.iarc.fr/

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