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Burnout passa a ser doença do trabalho em 2022

Burnout passa a ser doença do trabalho em 2022
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dez. 14 - 3 min de leitura
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A partir do dia 1 de janeiro de 2022 entra em vigor a nova classificação internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), a CID 11

Com isso, a Síndrome de Burnout passa a ser considerada um fenômeno ocupacional. Nas palavras do texto, a síndrome será oficializada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. 

No texto anterior, CID 10, ela era considerada ainda como um problema na saúde mental e um quadro psiquiátrico. 

A alteração aconteceu em uma conferência da organização em 2019, mas o documento entra em vigor a partir do próximo ano. Para promover as alterações no documento, a OMS se baseia em estatísticas e tendências da saúde. 

O texto é um tratado para reconhecer doenças e problemas de saúde no mundo de acordo com as mesmas definições e códigos. Além do Burnout, o CID 11 também inclui na lista de doenças o estresse pós-traumático, distúrbio em games e resistência antimicrobiana.

A Síndrome de Burnout foi descrita como "uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito" e que se caracteriza por três elementos: "sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho e eficácia profissional reduzida".

O registro da OMS explica que o esgotamento "se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida".

A Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como "(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional".

Seus sintomas caracterizam-se pela despersonalização das tarefas, desgaste emocional, exaustão emocional, indolência declínio cognitivo e física e baixo rendimento. Especialistas estimam que o Burnout afete no mundo 10% dos trabalhadores e, nas formas mais severas, entre 2% e 5%. E é um processo que costuma levar de cinco a oito anos.

O esgotamento físico e emocional provocado por esta doença pode ser exteriorizado através de comportamentos diferentes, como agressividade, isolamento, mudanças repentinas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, falha da memória, ansiedade, tristeza, pessimismo, baixa autoestima e absenteísmo.

Além disso, pode ser carregado de relatos de sentimentos negativos, desconfiança e até paranoia. Além do tratamento, que inclui terapia e medicamentos, como antidepressivos, se faz necessária uma mudança no estilo de vida. A atividade física regular e os exercícios de relaxamento devem entrar para a rotina, pois ajudam a controlar os sintomas. 

A busca e manutenção de qualidade de vida é uma das armas para prevenir a Síndrome de Burnout.  


Referências:

CID: burnout é um fenômeno ocupacional. Disponível em https://www.paho.org/pt/noticias/28-5-2019-cid-burnout-e-um-fenomeno-ocupacional

ICD-11. Disponível em https://icd.who.int/en/

Freudenberger, H. J. (1975). The staff burn-out syndrome in alternative institutions. Psychotherapy: Theory, Research & Practice, 12(1), 73–82. https://doi.org/10.1037/h0086411


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