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Casos de malária e mortes em 2020 relacionadas a interrupções de programas pela pandemia de COVID-19

Casos de malária e mortes em 2020 relacionadas a interrupções de programas pela pandemia de COVID-19
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dez. 8 - 3 min de leitura
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De acordo com o último Relatório Mundial da Malária da Organização Mundial da Saúde (OMS), houve uma estimativa de 241 milhões de casos de malária e 627.000 mortes por malária em todo o mundo em 2020.

Isso representa cerca de 14 milhões de casos a mais em 2020 em comparação com 2019, e mais 69.000 mortes. Aproximadamente dois terços dessas mortes adicionais (47.000) foram relacionadas a interrupções no fornecimento de prevenção, diagnóstico e tratamento da malária durante a pandemia.

No entanto, o cenário poderia ter sido mais grave: nos primeiros dias da pandemia, a OMS havia projetado que - com graves interrupções no serviço - as mortes por malária na África Subsaariana poderiam potencialmente dobrar em 2020. Mas muitos países tomaram medidas urgentes para reforçar seus programas de malária, evitando essa situação.

A África Subsaariana continua a carregar o fardo mais pesado da doença, sendo responsável por cerca de 95% de todos os casos de malária e 96% de todas as mortes em 2020. Cerca de 80% das mortes na região ocorrem entre crianças menores de 5 anos de idade.

A pandemia atingiu um ponto em que o progresso global contra a malária já havia estagnado. Por volta de 2017, havia sinais de que os ganhos fenomenais obtidos desde 2000 - incluindo uma redução de 27% na incidência global de casos de malária e uma redução de quase 51% na taxa de mortalidade por malária - estavam parando.

Desde 2015, a data base para a Estratégia Global da OMS para a malária, 24 países registraram aumentos nas mortes por malária. 

Nos 11 países que carregam o maior fardo de malária em todo o mundo, os casos aumentaram de 150 milhões em 2015 para 163 milhões de casos em 2020, e as mortes por malária aumentaram de 390.000 para 444.600 no mesmo período.

Neste sentido, a OMS e seus parceiros reconhecem a necessidade de garantir um acesso melhor e mais equitativo a todos os serviços de saúde - incluindo prevenção, diagnóstico e tratamento da malária - fortalecendo a atenção primária à saúde e aumentando os investimentos nacionais e internacionais.

A inovação em novas ferramentas também é uma estratégia crítica para acelerar o progresso. Uma nova ferramenta importante de prevenção ressaltada pela organização é a RTS, S/AS01, a primeira vacina a ser recomendada pela OMS contra o parasita. Em outubro de 2021, a OMS recomendou o RTS, S para crianças que viviam na África Subsaariana e em outras regiões com transmissão moderada a alta da malária por P. falciparum .

Apesar dos desafios impostos pela COVID-19, a entidade afirma que cerca de três quartos (72%) das redes mosquiteiras tratadas com inseticida foram distribuídas em países com malária endêmica, conforme planejado até o final de 2020. Treze países da sub-região do Sahel na África atingiram 11,8 milhões de crianças a mais com medicamentos antimaláricos preventivos durante a estação chuvosa de alta transmissão em 2020 em comparação com 2019.

 

Referências:

World malaria report 2021. Geneva: World Health Organization; 2021. Disponível em 

https://cdn.who.int/media/docs/default-source/malaria/world-malaria-reports/978924004049-eng.pdf?sfvrsn=8f4af712_5&download=true

 

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