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Conexões cerebrais da resiliência: Como a neurobiologia influencia o bem-estar

Conexões cerebrais da resiliência: Como a neurobiologia influencia o bem-estar
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out. 23 - 4 min de leitura
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A neurobiologia da saúde mental e resiliência são áreas de estudos que buscam entender como o cérebro, as emoções e o comportamento estão interligados. Nos últimos tempos, o papel da neuroplasticidade e da adaptação cerebral tem sido fortemente associado à capacidade do indivíduo de superar adversidades e manter o bem-estar mental.

Conforme publicação em News Medical Lifescience, algumas pontos sobre neurobiologia da saúde mental e resiliência, merecem destaque: 

✅ Resiliência: Uma Resposta Ativa e Adaptativa

Resiliência não é apenas a ausência de respostas patológicas em face do estresse, mas um processo ativo e adaptativo. A neurobiologia da resiliência tem revelado os mecanismos biológicos que determinam a capacidade individual de lidar com adversidades. Essa capacidade é moldada por fatores biológicos, como genética e o eixo neuroendócrino, e também por fatores psicológicos e contextos sociais.

✅ O Papel Central do Eixo HPA

O eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA) é fundamental para a resiliência. Durante situações de estresse, o hipotálamo secreta o hormônio liberador de corticotropina (CRH), que por sua vez induz a secreção do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) pela glândula pituitária. O resultado é a produção de cortisol pelas glândulas adrenais, um hormônio crucial para a gestão do estresse.

Outros hormônios, como a testosterona e a dehidroepiandrosterona (DHEA), também têm relevância. Altos níveis de testosterona, por exemplo, estão associados à maior resiliência ao estresse e também à plasticidade neural. A DHEA, por sua vez, exerce efeitos neuroprotetores e pode ajudar a regular o humor.

✅ Adaptação Cerebral Frente ao Estresse

Pessoas resilientes apresentam uma regulação mais eficiente do eixo HPA, com uma rápida volta à normalidade após situações de estresse. Esse mecanismo protege o cérebro de uma exposição prolongada a hormônios do estresse que, em excesso, podem prejudicar estruturas cerebrais, como o hipocampo.

Indivíduos resilientes também tendem a ter níveis mais robustos de serotonina e dopamina, neurotransmissores relacionados ao humor. Seus cérebros ainda mostram maior atividade no córtex pré-frontal, essencial para regular emoções e tomar decisões adaptativas, e menor reatividade na amígdala, responsável pelo processamento de emoções.

✅ Neuroplasticidade e Intervenções Terapêuticas

A capacidade do cérebro de reorganizar-se, formando novas conexões neurais, é conhecida como neuroplasticidade. Técnicas como o neurofeedback e a estimulação cerebral não invasiva têm mostrado potencial em fomentar essa plasticidade e, consequentemente, promover a resiliência.

✅ Marcadores Biológicos e Perspectivas Futuras

Com o avanço das técnicas de neuroimagem, como a Ressonância Magnética Funcional (fMRI) e a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET), é possível identificar padrões de atividade cerebral associados ao bem-estar. Muitos genes e variantes genéticas têm sido associados à saúde mental, abrindo caminho para uma psiquiatria de precisão, onde tratamentos são personalizados conforme características individuais.

Com isso, concluimos que a neurobiologia da resiliência oferece insights valiosos sobre a complexa rede de fatores que determinam nossa capacidade de lidar com adversidades. Entender esses mecanismos não só amplia nosso conhecimento científico, mas também pode orientar intervenções mais eficazes para promover a saúde mental.


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Referência: 

Infante, D. Building Resilience: the Neurobiology of Mental Wellbeing. News Medical. Retrieved from https://www.news-medical.net/health/Building-Resilience-the-Neurobiology-of-Mental-Wellbeing.aspx.


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