O consumo problemático de álcool foi associado a maiores riscos
de suicídio e automutilação em um novo estudo divulgado por pesquisadores da
UCL, publicado no BJPsych Open. No
trabalho, não foram identificados níveis de ingestão de bebidas alcoólicas, mas
se o consumo das mesmas afeta negativamente a vida da pessoa que bebe, causando
problemas e afetando seu bem-estar.
O estudo envolveu 14.949 pessoas, na Inglaterra, em 2021.
Elas responderam a pesquisas (Adult
Psychiatric Morbidity Surveys) sobre consumo de álcool e padrões de uso
nocivo (medidos pelo Alcohol Use Disorder
Identification Test). Os dados obtidos foram comparados com a incidência
autorrelatada de tentativas de suicídio, pensamentos suicidas e automutilação.
A preocupação expressa de outras pessoas (geralmente amigos,
familiares e colegas de trabalho) em relação ao consumo de álcool por
determinado indivíduo foi apontado como o maior preditor de suicídio e risco de
automutilação.
Foi constatado que pessoas que relataram preocupação de
terceiros em relação à própria ingestão de bebidas alcoólicas eram três vezes
mais propensas a terem tentado suicídio no último ano. Além disso, eram duas
vezes e meia mais propensas a ter tido pensamentos suicidas recentes e uma vez
e meia mais propensas a ter passado por algum episódio de automutilação.
Indivíduos com sintomas de dependência alcoólica e que
relataram efeitos nocivos provocados pelo consumo (como culpa por beber e perda
de memória) também foram definidos como de maior risco de autodestruição.
De acordo com o estudo, todos cujo consumo de álcool posso
ser considerado problemático, independente da frequência e da quantidade
consumida, devem receber atenção e ter a saúde mental avaliada, não devendo ser
excluídos de intervenções terapêuticas voltadas ao combate da automutilação.
Referência:
Alcohol use and its association with suicide attempt, suicidal thoughts and non-suicidal self-harm in two successive, nationally representative English household samples, BJPsych Open (2022). DOI: 10.1192/bjo.2022.594