Nesta terça-feira (11), acontece o Dia Mundial de
Conscientização sobre a Doença de Parkinson. Recentemente, cientistas do Ann Romney Center for Neurologic Diseases no
Brigham and Women's Hospital, em Boston, nos Estados Unidos, descobriram
que a conexão entre duas proteínas – identificadas como sinaptotagmina-11 (Syt11)
e alfa-sinucleína (α-sinucleína) - pode estar intimamente ligada à progressão
do distúrbio neurodegenerativo. O trabalho foi publicado no Science Signaling.
Segundo os pesquisadores, estudos realizados com tecido
cerebral de camundongos e humanos e em neurônios corticais cultivados revelaram
que a Syt11 foi palmitoilada, interrompendo
a homeostase da α-sinucleína nos neurônios. A palmitoilação é a ligação
covalente de ácidos graxos, como o ácido palmítico, à cisteína (e menos
frequentemente à serina e treonina).
A palmitoilação afetou dois resíduos de cisteína em Syt11, o
que fez com que a proteína se movesse para áreas da membrana intracelular em
neurônios onde não poderia ser degradada. Além disso, interrompeu a regulação
da α-sinucleína nos neurônios e aumentou a abundância da forma da mesma ligada
a doenças e propensa à agregação.
A causa do Parkinson permanece indefinida. Porém, os autores
da pesquisa acreditam que ela abre uma nova janela de compreensão sobre os
mecanismos moleculares subjacentes à doença. Esta atinge cerca de 10 milhões de
pessoas em todo o mundo.
Referência:
Gary P. H. Ho et al, Palmitoylation of the Parkinson's disease–associated protein synaptotagmin-11 links its turnover to α-synuclein homeostasis, Science Signaling (2023). DOI: 10.1126/scisignal.add7220
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