A partir de trabalhos com moscas de frutas e células
cardíacas de camundongos, pesquisadores da University of Maryland School of Medicine's
(UMSOM)identificaram como
uma proteína específica do vírus SARS-CoV-2 (causador da Covid-19), chamada Nsp6,
danifica o tecido cardíaco. Artigo sobre o tema foi publicado, no último mês de
setembro, na revista Communications
Biology.
Durante o estudo, foi descoberto que a Nsp6 é a mais tóxica
no coração das moscas, sequestrando algumas células para ativar o processo de
glicólise, que permite que as células queimem a glicose do açúcar para obter
energia. De acordo com a pesquisa, em processos normais as células cardíacas fazem
uso de ácidos graxos como fonte de energia. Porém, mudam para o metabolismo do
açúcar em caso de insuficiência, na tentativa de reparar o tecido danificado.
Também foi verificado que a Nsp6 causou danos adicionais ao
interromper a usina de força da célula, chamada mitocôndria, que produz energia
a partir do metabolismo do açúcar. Os estudiosos então fizeram o bloquei do metabolismo
do açúcar em moscas e células cardíacas de camundongos usando a droga
2-desoxi-D-glicose (2DG). Esta foi capaz de minimizar os danos no coração e nas
mitocôndrias causados pela proteína viral.
Embora ainda não aprovado pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos para tratamento de doenças,
o 2DG vem sendo usado em ensaios clínicos para o tratamento da Covid-19 na
Índia. O medicamento é considerado de baixo custo e comumente utilizado em
pesquisas de laboratório.
Referência:
Jun-yi Zhu et al,
SARS-CoV-2 Nsp6 damages Drosophila heart and mouse cardiomyocytes through
MGA/MAX complex-mediated increased glycolysis, Communications Biology (2022). DOI: 10.1038/s42003-022-03986-6