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Infecções secundárias em pacientes criticamente enfermos com COVID-19

Infecções secundárias em pacientes criticamente enfermos com COVID-19
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set. 9 - 3 min de leitura
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A Atualização Anual em Terapia Intensiva e Medicina de Emergência é uma publicação anual que compila revisões dos desenvolvimentos mais recentes em terapia intensiva experimental e clínica além de pesquisa e prática de medicina de emergência. Um dos artigos presentes na edição de 2021, publicado no periódico Critical Care, buscou avaliar a ocorrência de infecções em pacientes infectados pelo vírus Sars-Cov-2 em estado crítico, uma vez que há poucos dados sobre o assunto.

Segundo os autores, a infecção bacteriana mais comum encontrada em pacientes com COVID-19 é a infecção do trato respiratório baixo associada à ventilação mecânica, que inclui pneumonia e traqueobronquite. Os patógenos mais comumente associados a essa condição são bacilos Gram-negativos, em especial Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter spp. e Escherichia coli, seguidos por cocos Gram-positivos, Staphylococcus aureus. Após, encontram-se infecções da corrente sanguínea, especialmente causadas por stafilococos coagulase-negativos. Estudos utilizados como referência pelos autores citam a ocorrência de tais infecções num patamar acima de 50% em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva por um período maior que 30 dias.

Com relação a infecções fúngicas, há evidências, de acordo com os pesquisadores, de correlação entre infecção por Sars-Cov-2 e aspergilose invasiva, particularmente causada por Aspergillus fumigatus, seguida de Aspergillus flavus

No que diz respeito ao diagnóstico de infecções bacterianas, há evidências da importância da atenção a sinais de infecção (febre de início precoce, secreção purulenta proveniente das vias aéreas, leucocitose ou leucopenia, piora da oxigenação sanguínea, aumento da necessidade de agentes inotrópicos e vasoativos) em detrimento de escores. Além disso, os autores ressaltam a importância da imaginologia (radiografias, tomografias de tórax e, mais recentemente, ultrassom pulmonar) aliada a marcadores inflamatórios no diagnóstico de infecções bacterianas. Entretanto, o tratamento com antimicrobiano específico necessita de cultura e testes, como Gram.

Os pesquisadores desaconselham a administração precoce de antimicrobianos, visto que pacientes internados com COVID-19 raramente têm infecção bacteriana concomitante. Quando há suspeita de infecção por um agente multirresistente, o tratamento inicial de escolha deve incluir um um beta-lactâmico antipseudomonas de amplo espectro em conjunto com um não beta lactâmico (como exemplo, piperaciclina-tazobactam com amicacina), sempre se atentando para os agentes predominantes no local. Para a aspergilose pulmonar, os autores advogam a favor do tratamento com voriconazole como droga de primeira escolha, com concentração plasmática alvo entre 2 e 6 mg/L. A monitorização do paciente deve ser contínua e atenta, a fim de evitar toxicidade ou piora no quadro clínico do paciente.

Referências:

Grasselli G, Cattaneo E, Florio G. Secondary infections in critically ill patients with COVID-19. Crit Care. 2021;25(1):317. Published 2021 Aug 31. doi:10.1186/s13054-021-03672-9

 

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