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Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 6

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 6
Luan Gustavo
set. 22 - 6 min de leitura
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Seja bem-vindo à coluna Historynemia que conta as histórias de personagens importantes da medicina e suas contribuições para a sociedade. Fique à vontade para comentar, curtir e compartilhar com seus amigos. 

No texto dessa semana concluiremos essa etapa de discussão  do Método Montessoriano e começaremos a discutir o contexto político em que viveu nossa querida médica-educadora.  Vamos lá?

Continuando...

Muitos materiais foram planejados visando servir de alicerce para futuras atividades, antes da criança pegar pra aprender a escrever, por exemplo, ela já vem entrando em contato com objetos as induzem a utilizar o polegar e o indicador. Depois as crianças são apresentadas a matérias que lhes permitem “desenhar” as letras do alfabeto por meio de um molde das letras, isso não será problema pois como elas já foram anteriormente submetidas ao trabalho de ter que usar o polegar e o indicador pra outros objetos, segurar de modo correto o lápis será algo natural, não vai ser necessário a professora na frente da sala, dizendo para os alunos, cada um em sua mesa “olá amiguinhos, hoje nós vamos aprender a segurar um lápis”. Com o decorrer das atividades a criança aprende a escrever sem nem se dar conta, letras feitas de madeira revestida com lixa também auxiliam a criança no desenvolvimento de uma memória tátil, muscular. São recursos que proporcionam a elas a autocorreção, o autoaprendizado, ela também pode aprender ao observar o coleguinha de idade mais avançada fazendo, não é algo que dependa exclusivamente da professora.

De novo, a essência da atividade não está em simplesmente erguer a torre empilhando os bloquinhos, está em desenvolver na criança aquela sensação de haver conseguido. Pode ser que se frustre no início, ok, faz parte, se ela achar que deve pedir ajuda ela pede, se ela entende que pode fazer aquilo sozinha ela continua tentando, e tendo os professores observado de longe suas necessidades eles também vão saber, pelo treinamento recebido e pela experiência adquirida com o tempo, se aquela criança está ou não apta aquela tarefa.

E pra criança ter resolvido o problema das torres certamente será algo incrível, que a encherá de confiança. E se ele começa a resolver seus problemas com coragem desde cedo, os benefícios a longo prazo pra sua vida são incontáveis, seja no âmbito dos relacionamentos, da convivência com as pessoas da sua comunidade, no mercado de trabalho.

Na sociedade capitalista em que vivemos os melhores cargos, os melhores salários, ao meu ver estão nas mãos de pessoas que são tidas como mais capazes de resolver problemas, comerciantes bem-sucedidos. O jogador de futebol que entra, e muda o jogo, que resolve o problema do time, sempre terá acesso aos melhores contratos, certamente.

Mario Montessori, o filho "proibido"

Durante seu trabalho na clínica psiquiátrica, quando ela recém havia se formado, a Maria trabalhava com Giuseppe Montesano, eles tiveram um relacionamento amoroso que resultou no nascimento de um filho, Mario Montessori. Nesse momento, nessa época da história italiana, o ano  é 1898, ter um filho significaria praticamente o fim da carreira de Montessori como médica, carreira que apenas acabara de começar. Como dito antes, a Itália se encontrava num momento em que pelas normas sociais, as mulheres deveriam, antes de tudo, ser leais aos maridos.

Se casar não era uma opção, aborto muito menos. Ou seja, ela entendia que casar-se iria arruinar sua carreira, ela estava grávida, ser mãe solteira seria praticamente uma sentença de cassação ao “CRM” dela, sua licença médica, era algo inconcebível naquele contexto.

A solução encontrada pelo casal foi então manter o nascimento do filho em segredo. Mario Montessori foi criado por uma outra família sem saber quem eram seus pais biológicos. O casal fez uma promessa um para o outro de que eles jamais se casariam com outras pessoas e manteriam o relacionamento, mas em 1901 o dr. Montesano casou-se com outra mulher e a convivência dos dois como colega de trabalho se tornou inviável.

Ouça esse texto na íntegra clicando abaixo:

Ainda que publicamente a Maria não tenha assumido Mário como seu filho, as visitas a ele eram frequentes, inclusive quando o menino mudou de cidade, isso fez ele desconfiar que Montessori poderia ser sua mãe. Em 1913, com quase 15 anos de idade, numa dessas visitas o Mario confrontou a Maria dizendo saber que ela era sua mãe e pediu pra ir com ela, nenhuma objeção foi feita por parte de Montessori.

Nesse momento o Mário adota o sobrenome Montessori, aparentemente ele e o pai nunca tiveram uma relação próxima. O avô, o sr Alessandro Montessori também participa da criação do menino desde então. Uns dois anos depois dessa “reconciliação”, Mário passa a viajar pelo mundo com Maria, ele vira uma espécie de assistente dela, sempre sendo apresentado como um sobrinho distante. A relação deles era de muito companheirismo, é como se eles tentassem recuperar o tempo perdido na infância.

Continua...

Está gostando do conteúdo? Acompanhe os próximos textos aqui na Academia Médica e conheça o final da história dessa heroína da medicina e da educação.

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