“O médico do futuro não dará remédios, mas cuidará os pacientes a se interessar pelos cuidados como corpo humano, alimentação e com a causa e prevenção da doença”. (Thomas Edison 1847 a 1931).
Você sabe o que é Medicina Integrativa e como a mediação pode auxiliar nesta nova forma interativa entre médico e paciente?
A Medicina Integrativa surgiu no final da década de 1990, como abordagem terapêutica integrada ao ser humano em sua essência corpo-mente, para promover a saúde e tratar as doenças já presentes.
Diferente da abordagem da medicina baseada em evidências, ora praticada na maior parte do mundo, a Medicina Integrativa utiliza as medicinas ancestrais que acompanham a humanidade desde sempre com sucesso, sendo um dos motivos da preservação da espécie humana. Ou seja, ao contrário da medicina tradicional que é nova e surgiu por grandes interesses econômicos e altos lucros (provenientes da indústria farmacêutica, com medicamentos de origem petroquímica e, portanto medicamentos patenteáveis), a Medicina Integrativa consiste em uma abordagem holística, se utilizando de recursos como medicamentos naturais que não podem ser patenteados, além da promoção da saúde e da qualidade de vida de modo interdisciplinar.
Em síntese: a Medicina Integrativa tem lógica contrária da medicina baseada em evidências que “trata a doença”. Uma doença bem tratada pode sarar, mas se não houver identificação da causa da doença, seguramente o organismo continuará pré-disposto à recaída ou a novas doenças.
Todos esses procedimentos só são possíveis porque o médico responsável acaba trabalhando multidisciplinarmente com profissionais especializados de diferentes segmentos, como: nutricionistas, psicólogos, agentes de saúde, terapeutas, terapeutas ocupacionais e mediadores.
Leia também: A importância do olhar integral em tempos como hoje
O mediador pode atuar como intermediário nas questões sociais e de comportamento, na comunicação e linguagem, nas atividades e/ou tratamento, e nas atividades correlacionadas a outros profissionais da saúde, para que o tratamento integrativo do paciente possa ser efetivamente realizado.
Toda possibilidade de cura para determinado diagnóstico do paciente passa a ser considerada, desde que os profissionais da área consigam trabalhar de maneira conjunta, com um auxílio do mediador.
Com a mudança do perfil do paciente, agora muito mais informado sobre uma abordagem integrativa para o seu cuidado, e com o auxílio da mediação, é cada vez mais comum a busca por terapias complementares que oferecem alívio ao corpo, à mente e ao espírito.
Neste sentido, a mediação toma corpo e adentra a sociedade dando segurança e qualidade nas ações interpessoais, dentro da instituição da medicina e saúde.
Segundo Gomes e Varela (2016), o processo de mediação se dá através da inter-relação de dispositivos técnicos, humanos, ambientais e semiológicos que permitem o compartilhamento e a construção do conhecimento com os profissionais da saúde. Por isso, concordo com os autores que defendem que, ao discutir a mediação da informação técnica não basta considerar apenas as estratégicas e técnicas de comunicação, mas também é importante considerar o perfil do paciente (e receptor das informações), seu contexto de vida, seus valores culturais, éticos, comportamentais, dentre outros.
"A mediação e as práticas médicas dar-se-ão através da inter-relação de dispositivos técnicos, humanos, ambientais e semiológicos que permitem o compartilhamento e a construção do conhecimento. Ao se discutir a mediação da informação, há de se considerar os vários mecanismos e estratégias de comunicação que visam atingir não apenas o receptor das informações, mas também desenvolver valores culturais, específicos, éticos e estéticos. A maneira como essa informação é oferecida e captada é de vital interesse para a socialização da informação médica". (Gomes e Varela, 2016)
Ou seja, não basta atender o paciente sem ouvi-lo. A medicina integral tem outros princípios e a forma como a informação é oferecida e compartilhada é de vital interesse para socialização entre médicos e pacientes.
Por fim, é possível afirmar que o mundo simbólico nasce mediação da informação na área da medicina: possibilidades de interlocução entre os saberes científico, profissional e sociocultural, trazendo novas perspectivas e uma forma de fazer a medicina de forma ampla, diversificada, interativa e integrativa, onde médico, paciente se integram mutuamente em busca da saúde.
Autoria do texto:
Dra. Angela Soraia Anselmo da Silva e Dr. Francesco Demétrio João Passa
Artigos relacionados
•A mediação de conflitos no setor da saúde
•O Olho Clínico: emblema da medicina como arte
• O uso de plantas medicinais pela população: importância do conhecimento pelos profissionais da saúde
Referências
- BACH, Edward. Os remédios florais do doutor Bach: uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças: e os doze remédios e outros remédios. In: Os remédios florais do doutor Bach: uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças: e os doze remédios e outros remédios. 1990. p. 123-123.
- CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ). Resolução 125/2010. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/156. Acesso em março de 2022
- GOMES, Henriette Ferreira; VARELA, Aida Varela. Mediação da informação na área da medicina: possibilidades de interlocução entre os saberes científico, profissional e sociocultural. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 21, n. 1, p. 3-22, 2016. Disponível em: http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/1529. Acesso em março de 2022