Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, publicaram ontem (16/06/2022) no New England Journal of Medicine, uma maneira de transplantar rins sem a necessidade de imunossupressão de longo prazo.
O novo método foi testado em três crianças com displasia imuno-óssea de Schimke que apresentavam imunodeficiência de células T e insuficiência renal. Cada paciente recebeu transplantes sequenciais de células-tronco hematopoiéticas haploidênticas depletadas de células T αβ e células B CD19 e um rim do mesmo doador.
Assim, quando o paciente recebe um rim do mesmo doador das células tronco, seu corpo não reconhece o novo rim como um corpo estranho e acredita que o órgão doado pertence a ele, impedindo a rejeição.
Como resultado, após 30 dias do transplante, os receptores tiveram descontinuação completa de toda a imunossupressão, sem desenvolverem uma resposta grave de rejeição - a doença do enxerto contra o hospedeiro.
Os 3 pacientes continuaram a ter função renal normal sem imunossupressão em 22 a 34 meses após o transplante renal. Além disso, segundo os pesquisadores, o tratamento também parece corrigir defeitos no sistema imunológico da criança e proporcionaram mais energia e menos fadiga para as crianças.
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Referência
BERTAINA, Alice; GRIMM, Paul C.; WEINBERG, Kenneth; PARKMAN, Robertson; KRISTOVICH, Karen M.; BARBARITO, Giulia; LIPPNER, Elizabeth; DHAMDHERE, Girija; RAMACHANDRAN, Vasavi; SPATZ, Jordan M.. Sequential Stem Cell–Kidney Transplantation in Schimke Immuno-osseous Dysplasia. New England Journal Of Medicine, [S.L.], v. 386, n. 24, p. 2295-2302, 16 jun. 2022. Massachusetts Medical Society. http://dx.doi.org/10.1056/nejmoa2117028.