Pesquisa realizada pelo Panorama da Atenção ao Câncer de
Mama no Sistema Único de Saúde (SUS) mostra queda na quantidade de tratamentos
e diagnósticos de câncer de mama no Brasil. No ano passado, o país registrou a
menor taxa de cobertura mamográfica para mulheres entre 50 e 69 anos: 17%. A
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que 70% da população
feminina faça o exame anualmente a partir dos 40 anos de idade.
Dados do Instituto Avon, organização sem fins lucrativos que
defende os direitos fundamentais das mulheres, e do Observatório de Oncologia,
plataforma on-line de Dados Abertos para transformação social, idealizada pelo Movimento
Todos Juntos Contra o Câncer, indicam que, em 2020, a realização de mamografias
caiu 40% no país.
Já em 2021, a queda ficou em 18% na média nacional, na
comparação com dados de 2019, período anterior à pandemia. De 2015 a 2021,
foram feitos 28.255.364 exames de mamografia no SUS, entre os quais, 27.853.787
foram aprovados.
Ainda em 2020, o Centro-Oeste foi a região com a mais
acentuada queda do número de exames (50%). A região Norte teve redução de 23%
em 2020 e de 4% em 2021, também comparado com o ano de 2019. Já em 2021, a
maior redução foi na Região Sul (23%).
Os números dos diagnósticos avançados da doença no Brasil no
período de 2015 a 2021 equivalem a 42% dos casos. Os casos avançados que
receberam os procedimentos de tratamento em 2020 atingiram 43% e, em 2021, 45%
do total de casos de mulheres que receberam tais procedimentos nos estágios 3 e
4.
No ano passado 45% das mulheres que fizeram quimioterapia
para tratar câncer de mama, receberam o diagnóstico em estágio avançado. O
percentual significa 157 mil casos em estágios 3 e 4. Nas mesmas fases da
doença, mais de 28 mil brasileiras fizeram radioterapia para o câncer de mama.
Outra informação da pesquisa é que mais de 60% das mulheres
diagnosticadas começaram o tratamento após o prazo determinado na Lei
12.732/12, que é de até 60 dias a partir da confirmação do câncer. Os dados
mostram que, em 2020, o tempo médio ficou em 174 dias entre a confirmação do
diagnóstico e o início do primeiro tratamento.
Os resultados de uma pesquisa inédita recente realizada pela
Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) mostra que muitas mulheres ( 64%
de 1.397 consultadas) erroneamente acreditam que o autoexame das mamas é a
principal forma de detectar tumores de mama precocemente. Na verdade, ele é
indicado como autoconhecimento em relação ao próprio corpo, mas não deve
substituir exames realizados ou prescritos pelo médico, já que muitas lesões,
ainda pequenas, não são palpáveis.
O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer
entre as mulheres no Brasil. Porém, quando descoberto em estágio inicial, tem
95% de chances de cura.
Com informações de
Agência Brasil.
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