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Pré-Eclâmpsia: Fator de risco para tromboembolismo venoso futuro

Pré-Eclâmpsia: Fator de risco para tromboembolismo venoso futuro
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nov. 20 - 4 min de leitura
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Um estudo publicado no JAMA Network Open em 17 de novembro de 2023, revela uma correlação importante entre a pré-eclâmpsia e um aumento no risco de tromboembolismo venoso (TEV) a longo prazo. Este estudo amplia o entendimento dos riscos associados à pré-eclâmpsia, com implicações significativas para a prática clínica e o manejo de pacientes.

A pré-eclâmpsia é uma complicação gravídica, definida pelo surgimento de hipertensão e envolvimento multiorgânico, que afeta 4% a 5% das gestações globalmente. A relação entre pré-eclâmpsia e TEV, incluindo trombose venosa profunda e embolia pulmonar, tem sido objeto de estudo, mas até agora, os resultados eram conflitantes devido à falta de ajuste para fatores de risco comuns.

Neste estudo de coorte nacional, foi avaliado o risco de TEV em mulheres com e sem pré-eclâmpsia durante a primeira gravidez. O estudo destaca-se pela sua abrangência e pelo ajuste meticuloso para múltiplos fatores de risco conhecidos de TEV. Os resultados indicam que mulheres com pré-eclâmpsia, particularmente aquelas com pré-eclâmpsia de início precoce, têm um risco significativamente maior de desenvolver TEV a longo prazo.

A seguir a figura demonstra as incidências cumulativas a longo prazo de tromboembolismo venoso (TEV) entre mulheres com e sem pré-eclâmpsia em sua primeira gravidez, proporcionando uma visão clara do impacto desta condição na saúde vascular materna:

Fonte:  Havers-Borgersen E, Butt JH, Johansen M, et al., 2023

O estudo sugere que a pré-eclâmpsia pode ser um fator de risco independente para TEV. Esta associação persistiu mesmo após ajustes abrangentes para fatores de risco durante a gravidez, puerpério e após o período puerperal. A pesquisa aponta para a disfunção endotelial prolongada, causada pela pré-eclâmpsia, como um possível mecanismo subjacente. Além disso, foi observado que mulheres com histórico de pré-eclâmpsia e trombofilia apresentam um risco ainda mais elevado de TEV, o que destaca a importância de uma vigilância e cuidado especializados para este grupo.

Na figura a seguir é possível observar as taxas comparativas de trombose venosa profunda, embolia pulmonar e tromboembolismo venoso geral entre mulheres com e sem pré-eclâmpsia durante sua primeira gravidez, destacando as diferenças significativas nos riscos associados:

Fonte:  Havers-Borgersen E, Butt JH, Johansen M, et al., 2023

A pesquisa enfatiza a necessidade de monitoramento contínuo e estratégias preventivas para TEV em mulheres com histórico de pré-eclâmpsia. Além disso, reforça a importância da pesquisa contínua para desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes para a pré-eclâmpsia e suas complicações a longo prazo. A identificação e tratamento preventivo de mulheres em risco de pré-eclâmpsia podem reduzir a incidência desta condição e, por extensão, o risco associado de TEV e outras doenças cardiovasculares.

As imagens apresentadas neste conteúdo foram extraídas da pesquisa original. Para uma consulta detalhada ao estudo completo, disponibilizamos aqui o link de acesso.



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Referência:

Havers-Borgersen E, Butt JH, Johansen M, et al. Preeclampsia and Long-Term Risk of Venous Thromboembolism. JAMA Netw Open. 2023;6(11):e2343804. doi:10.1001/jamanetworkopen.2023.43804



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