Jovens que possuem sensação de igualdade econômica com seus amigos
são mentalmente mais saudáveis e demonstram melhor comportamento social.
Segundo estudo feito por psicólogos da Universidade de Cambridge, publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry, adolescentes
que se consideram mais pobres têm maior probabilidade de enfrentar baixa autoestima
e serem vítimas de bullying.
Segundo a pesquisa, o autojulgamento e a comparação social
no início da adolescência são fundamentais para o desenvolvimento do senso de
identidade e sensação de pertencimento, afetando o bem-estar e o funcionamento
psicossocial.
Para chegar às conclusões, foi analisada a desigualdade
econômica percebida dentro de grupos de amizade entre 12.995 crianças de 11
anos de idade no Reino Unido. As que se acreditavam mais pobres do que seus
amigos pontuaram de 6% a 8% menos em autoestima e 11% menos em bem-estar do que
aquelas que se enxergavam como sendo economicamente iguais aos amigos. Elas
também eram mais propensas à ansiedade, raiva ou hiperatividade.
Já aos 14 anos, aqueles que se consideravam mais pobres
ainda tinham 8% mais chances de serem vítimas de agressões por parte de outros
jovens, relatando já ter sofrido intimidações ou perseguições. Sentir-se mais
rico ou mais pobre do que os colegas foi relacionado a taxas entre 3% e 5% mais
altas de cometimento de bullying.
Referência:
The relationship
between perceived income inequality, adverse mental health and interpersonal
difficulties in UK adolescents, Journal of Child Psychology and Psychiatry
(2022). DOI: 10.1111/jcpp.13719