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Saiba como deve ser a abordagem do paciente com overdose no pronto-socorro

Saiba como deve ser a abordagem do paciente com overdose no pronto-socorro
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jun. 13 - 3 min de leitura
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No próximo dia 26, será comemorado o Dia Internacional de Combate às Drogas. O uso indevido de substâncias químicas afeta negativamente a sociedade e também representa um grande desafio aos profissionais da área médica, principalmente aqueles que trabalham em prontos-socorros de atendimento geral. A abordagem a um paciente vítima de overdose é bastante específica e demanda atenção especial por parte dos plantonistas.

Segundo o psiquiatra Thiago Rodrigo, muitas vezes os enfermeiros e médicos gerais não recebem treinamento adequado para trabalhar com dependentes químicos, o que faz com que a questão da dependência acabe sendo negligenciada e o atendimento pouco eficaz.

“No pronto-socorro, o objetivo é salvar a vida do paciente e não tratar a dependência. Porém, o uso de substâncias químicas não pode passar despercebido nem ser tratado como algo menor”, comenta. “Além do despreparo, também existe o preconceito. Os profissionais devem entender que a dependência química é um problema de saúde. A pessoa não utiliza determinada substância porque quer, mas porque está doente”.

Uma abordagem correta deve ter como princípio a humanização. Quando o paciente se sente acolhido, ele consegue, quando consciente, explicar melhor o que está acontecendo com ele, sem medo de sofrer punições.

Na avaliação física, devem ser observadas as funções básicas do organismo da pessoa, como respiração, coração, funcionamento do fígado e nível de hidratação. Com o paciente estável, Thiago explica que a alta não deve ser dada imediatamente, devendo a pessoa permanecer um período em observação.

“Algumas drogas demoram a apresentar problemas. Na síndrome de abstinência, por exemplo, podem-se levar dias para que algo mais grave se manifeste. Por isso, não deve haver pressa para liberação”.

Outra questão importante no momento da alta é desenvolver uma estratégia de acompanhamento contínuo do paciente. Se isso não for realizado, as chances do dependente ter uma recaída e voltar para a emergência são grandes, o que gera ônus não somente a ele, mas à sociedade como um todo.

“O paciente deve estar ciente do que aconteceu. Ele deve ser orientado a ter um acompanhamento ambulatorial, com clínico geral, a procurar grupos de apoio e também tratamento com psicólogo e psiquiatra. Os familiares devem ser acionados e ouvidos, sendo também convocados a relatar o histórico da pessoa doente e se envolver de forma positiva no processo de recuperação”.

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