Muito se fala sobre os benefícios da amamentação para o desenvolvimento físico do bebê e também para o fortalecimento dos laços afetivos entre mães e filhos recém-nascidos. Na Semana Mundial de Amamentação (comemorada de 01 a 07 de agosto), a Academia Médica traz o resultado de um estudo, realizado por profissionais da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que indica que a duração da amamentação também pode estar associada a melhores pontuações cognitivas dos 5 aos 14 anos de idade, independente de condição socioeconômica e inteligência materna.
Foram analisadas 7.855 crianças nascidas entre os anos de 2000 e 2002 e acompanhadas até os 14 anos. Descobriu-se que meninos e meninas que foram amamentados por períodos mais longos tinham maiores pontuações cognitivas verbais e espaciais.
“Maiores períodos de amamentação foram associados a escores cognitivos médios de 0,08 a 0,26, desvios padrão maiores do que o escore cognitivo médio das crianças que nunca foram amamentadas. A diferença pode parecer pequena quando as crianças são comparadas de forma individual. Porém, é significativa se for avaliada em nível populacional”, disseram os autores do estudo, os pesquisadores Reneé Pereyra-Elías, Maria Quigley e Claire Carson, em artigo publicado pela Public Library of Science.
Dados
No Brasil, de acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), apresentado pelo Ministério da Saúde em 2020, 53% das crianças são amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as menores de seis meses, o índice de amamentação exclusiva é de 45,7%. Já nas menores de quatro meses, de 60%. Por aqui, muitos profissionais indicam que as crianças sejam amamentadas até os dois anos de idade, embora isso possa variar respeitando-se as condições, necessidades e desejos das mulheres que amamentam.
Ainda de acordo com o Enani, a amamentação ajuda a combater a fome e a desnutrição e pode reduzir em até 13% a mortalidade por causas evitáveis de crianças com até 5 anos de idade. Ela também reduz os índices de obesidade infantil, alergias, infecções, diarreias, doenças respiratórias, diabetes tipo 2 eotites.
Agosto Dourado
O aleitamento materno é definido de forma simples como o ato da criança receber leite materno, independente de estar recebendo ou não outros alimentos. No Brasil, agosto foi o mês escolhido para reflexões relativas à amamentação. Através da Lei 13.435, de 2017, foi instituído no país o Agosto Dourado. A cor dourada foi escolhida por refletir a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o leite materno: “alimento padrão ouro para a saúde dos bebês”.
Com informações de PLOS ONE/ Public Library of Science (PLOS).
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Agosto Dourado e o Aleitamento Materno