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Inteligência artificial e ageismo: uma limitação das tecnologias em saúde

Inteligência artificial e ageismo: uma limitação das tecnologias em saúde
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fev. 14 - 3 min de leitura
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A inteligência artificial (IA) para os cuidados com idosos está cada vez mais sendo usada na saúde. Os Softwares e dispositivos voltados para as necessidades dos idosos são conhecidos como “gerontecnologia” e são utilizados para predizer eventos de riscos para a saúde, permitir o desenvolvimento de medicamentos, promover a gestão de cuidado personalizado à distância e facilitar os cuidados comunitários e de longo prazo. Entretanto, a elaboração dessas tecnologias reflete os estereótipos da sociedade em relação aos idosos e o julgamento dos tipos de tecnologias de IA das quais indivíduos mais velhos podem se beneficiar (1). 

A codificação de estereótipos, preconceitos ou discriminação na tecnologia de IA ou sua manifestação em seu uso pode prejudicar a qualidade dos cuidados de saúde para idosos, reduzir o contato intergeracional ou limitar o uso benéfico de tecnologias de IA somente para adultos jovens (1). Também chamado de ageismo, esses estereótipos são incorporados a IA uma vez que, na maioria das vezes, seu código é projetado por homens brancos jovens (1), o que aumenta a probabilidade da tecnologia ter preconceito contra idosos e de isso não ser identificado ou evitado, devido a suposições equivocadas de como as pessoas mais velhas desejam viver ou interagir com a tecnologia diariamente. 

Consoante a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal fator para a propagação do ageismo na IA é que a tecnologia não é elaborada em conjunto com idosos. As equipes de design e programação não possuem pessoas mais velhas em suas equipes para a validação do projeto para essa faixa etária, o que exclui a população minoritária dos benefícios da tecnologia na saúde e limita o seu uso a suposições feita pelos mais jovens.   

Em seu texto, a OMS destaca 8 ações possíveis para minimizar o ageismo e maximizar os benefícios da IA para idosos. São eles:

  1. Design participativo de tecnologias de IA por e com idosos

  2. Equipes de ciência de dados com diversas idades

  3. Coleta de dados com inclusão de idade

  4.  Investimentos em infraestrutura digital e alfabetização digital para idosos e seus profissionais de saúde e cuidadores

  5. Direitos dos idosos de consentir e contesta

  6. Estruturas e regulamentos de governança para capacitar e trabalhar com pessoas idosas

  7. Pesquisa aumentada

  8. Processos éticos robustos

Com essas medidas, é possível aumentar a autonomia dos idosos frente a inteligência artificial na medicina, promover maior equidade na aplicação da tecnologia e ampliar a atuação dos mais velhos no mercado tecnológico, estreitando as relações intergeracionais. Dessa maneira, a educação milenar oriental de que os idosos devem ser respeitados e sua sabedoria e experiência consultados, pode se ocidentalizar com a colaboração dessa faixa etária na elaboração de novas tecnologias em saúde. 

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Referências 

  1. Ageism in artificial intelligence for health: WHO policy brief. Geneva: World Health Organization; 2022. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

 

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