Os serviços que são distribuídos para a sociedade não são feitos de forma igualitária, e isso se aplica à saúde também, no entanto a Inteligência Artificial pode fazer isso, pode tornar o acesso à saúde mais igualitária, você acha isso possível? Confira nesse artigo e depois deixe sua opinião.
Esse artigo foi extraído do Simpósio de Inteligência Artificial na Saúde: Presente e Futuro que foi realizado no dia 13 de maio de 2021 pela Academia Nacional de Medicina do Brasil
A fala foi proferida por Maurício Magalhães Costa.
O que seria equidade em saúde?
Antes de entender a maneira pela qual a Inteligência Artificial pode auxiliar para diminuir as desigualdades em saúde necessitamos entender a definição de equidade.
“Equidade em saúde é definida como ausência de diferenças injustas e evitáveis ou irremediáveis na saúde, entre grupos populacionais definidos social, econômica, demográfica e geograficamente”.
Para atingirmos equidade é necessário que a atenção seja dada aos mais necessitados a fim de equilibrar a balança.
Quais os desafios a serem enfrentados para isso?
Melhorar condições de vida diária: o ambiente, a alimentação e urbanização.
Expandir a base de conhecimento, desenvolver força de trabalho treinada e aumentar a conscientização pública sobre os determinantes sociais da saúde
Envolver ações sociais, educacionais, econômicas e de infraestrutura.
O que é Inteligência Artificial?
Trata-se, em uma linguagem bem simples, de dotar um computador da capacidade de raciocinar, simulando o comportamento humano.
Pilares da Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial se baseia em 4 pilares, são eles:
Processamento de dados e visão computacional
Trata-se de um processo matemático para a interpretação de um dado, buscando realçá-lo, melhorar a clareza, retirar informações específicas a fim de oferecer um output, ou seja, uma resposta adequada para o contexto exigido
Redes neurais (neural networks)
É basicamente uma rede neural artificial simulando o sistema nervoso e a possibilidade de aprendizagem de padrões complicados, algo parecido com a criação e reforço de sinapses durante a aprendizagem.
Figura 1: modelo de rede neural artificial
Aprendizagem automática (machine learning - ML)
Trata-se da possibilidade da IA aprender por experiência.
A partir desse pilar a IA consegue aprender de uma maneira mais complexa que no machine learning, pois trata-se de uma rede neuronal profunda, que possui inúmeras camadas e entre o input e output há camadas intermediárias de neurônios que aprendem assim como o córtex cerebral.
Figura 2: rede neural profunda.
Qual a vantagem de usar a Inteligência Artificial?
Com as técnicas de aprendizagem automática e a possibilidade de processar grandes quantidades de informações o trabalho do médico pode ser facilitado
Além disso, utilizando esse tipo de tecnologia existe a possibilidade da captação de dados e da aprendizagem em tempo real.
Já existem iniciativas de saúde global a fim de utilizar todo o potencial que a IA tem a oferecer, realizando:
- Criação de registros inteligentes de saúde eletrônica
- Realização de biovigilância
- Diagnóstico de doenças
- Auxílio na decisão clínica e diretrizes de tratamento
- Otimização do planejamento e programação de processos (melhorando a distribuição de vacinas e rota de profissionais)
- Avaliação de risco de mortalidade e morbidade do paciente.
Além desses benefícios, a IA possibilitará também avanços na Oncologia
No câncer, quanto antes realizado o diagnóstico melhores são as chances para o(a) paciente, dessa maneira, é possível que a IA auxilie nesse processo
A IA também pode auxiliar:
No processo de avaliação de políticas públicas e ações macrorregionais, realizando modelos epidemiológicos e simulações
Prestação de serviços de saúde remotos e móveis
Planejamento e organização em curto, médio e longo prazo
Atendimento - metrificando as áreas de maior necessidade e risco.
Conclusão
Foi possível perceber, portanto, que a IA possui um uso em vários campos da medicina buscando auxiliar no fornecimento de serviços a um custo e entregando uma acurácia maior para as pessoas.
Portanto o uso da IA para processamento de dados, estabelecimento de estratégias, simulações, diagnósticos entre outras aplicações se fazem de grande valia.
E você, acredita que a Inteligência Artificial veio mais para somar ou subtrair na medicina? Conte para nós, existe um espaço abaixo dedicado a isso para você!
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Por Yan Kubiak Canquerino - Colaborador da Academia Médica
Referência
Simpósio de Inteligência Artificial na Saúde: Presente e Futuro – 13 de maio de 2021 [PARTE I]. Acesso em: 22/06/2021.