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Lentidão da marcha prediz risco de perda da capacidade funcional em idosos

Lentidão da marcha prediz risco de perda da capacidade funcional em idosos
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fev. 17 - 3 min de leitura
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Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London publicaram um estudo no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle que analisou dados sobre as condições físicas e a velocidade da marcha de mais de 3 mil indivíduos com mais de 60 anos. Os participantes integram o English Longitudinal Study of Aging (ELSA), estudo longitudinal que acompanha a saúde e o bem-estar de adultos mais velhos na Inglaterra.

Através da análise de um banco de dados com mais de 3 mil idosos britânicos, eles identificaram que a lentidão da marcha pode ser considerada, de forma isolada, um indicador de maior risco para a perda da capacidade de realizar atividades cotidianas básicas (tais quais levantar da cama, tomar banho e trocar de roupa) e instrumentais (como fazer compras, administrar o próprio dinheiro e utilizar transporte público).

Desta forma, os autores do artigo descrevem uma maneira eficiente e simples de predizer o risco de incapacidade funcional em idosos. A perda da capacidade de executar atividades básicas e instrumentais pode ser simultânea ou anteceder a síndrome da fragilidade – problema que pode trazer incapacidade funcional e acomete grande parte da população idosa.

Profissionais de saúde conduzem diversas avaliações para mensurar a velocidade da caminhada, a força da mão (preensão palmar), o nível de atividade física, a exaustão e a perda de peso nos últimos seis meses para diagnosticar a condição.

No estudo, os pesquisadores compararam a fragilidade como um todo com cada um dos cinco componentes, e observaram que a lentidão da marcha foi o componente mais acurado para indicar o risco de perda de capacidade funcional em ambos os sexos, em vez de se avaliar todos os parâmetros.

Os dados da pesquisa mostram que a lentidão da marcha precede em alguns anos a incapacidade funcional. A descoberta pode auxiliar o monitoramento da situação e evolução do quadro, além de possibilitar que fisioterapeutas, médicos, geriatras e qualquer profissional de saúde possam detectar o risco. Isso é relevante pois quanto mais rápido for identificado o problema, mais recursos e abordagens estão disponíveis para o tratamento do paciente.

Os pesquisadores também verificaram uma dissonância entre os sexos em relação à evolução do quadro, que se mostrou mais preocupante nas pacientes femininas. Isso pode ser explicado pois os homens apresentam, de forma mais prevalente, episódios de acidente vascular cerebral, cânceres e doença pulmonar que, somados a hábitos pouco saudáveis podem resultar em uma evolução mais rápida para a morte. As mulheres, por sua vez, convivem por mais tempo com doenças incapacitantes, como artrose, depressão e hipertensão.

 

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Referências

de Oliveira, D. C., de Oliveira Máximo, R., Ramírez, P. C., de Souza, A. F., Luiz, M. M., Delinocente, M. L. B., Chagas, M. H. N., Steptoe, A., de Oliveira, C., and da Silva Alexandre, T. (2021) Is slowness a better discriminator of disability than frailty in older adults?, Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, 12, 2069– 2078, https://doi.org/10.1002/jcsm.12810

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