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No começo da década de 1960 os americanos e russos estavam acirradamente competindo na corrida ao espaço. Quem lançaria o primeiro homem ao espaço e o traria de volta? Bem, os russos conseguiram enviar o cosmonauta Yuri Gagarin em 12 de abril de 1961, a bordo da espaçonave Vostok 1. Um grande feito humano, mas uma derrota imensa para os americanos.
Qual seria o próximo passo, muitos pensaram? Bem, em um discurso antológico em 12 de setembro de 1962, o presidente John F. Kennedy lançou um desafio até então impensável – levar o homem à Lua! Não se tratava mais de fazer o homem circundar a Terra de formas mais criativas, em espaçonaves mais sofisticadas e melhor projetadas. O homem tinha de pisar na Lua e isso em menos de uma década! Kennedy teve uma VISÃO que transformaria o programa espacial americano, e com isso impulsionou definitivamente a Inovação daquela geração até os nosso dias! Várias das inovações tecnológicas geradas por causa dessa visão transformaram a nossa vida cotidiana e os aparelhos que usamos diariamente.
“Nós escolhemos ir à Lua nesta década e fazer as outras coisas. Não porque elas são fáceis, mas porque são difíceis.” - John F. Kennedy
Bem, citei esse exemplo, mas podemos lembrar de vários outros nomes de nosso passado recente com Henry Ford, Steve Jobs, Charles Chaplin, Albert Einstein, Nikola Tesla, dentre tantos, que possuíam algo em comum com John Kennedy – todos foram visionários antes de serem inovadores!
Se fizermos uma busca no Google com a palavra Inovação, a imagem mais comumente relacionada será uma lâmpada. Talvez porque esta criação de Thomas Edison, em 1870, seja emblemática da inovação que ele gerou e impactou nossa sociedade. Porém, o conceito da lâmpada incandescente já existia e não foi Edison que a havia originalmente criado. Mas uma lâmpada que durasse e fosse acessível ao povo em termos de custo, isso não existia. Seu invento final da lâmpada veio através de muitas tentativas, milhares para ser sincero. Só que a grande Visão de Edison não era apenas criar uma lâmpada inovadora na geração de luz incandescente, mas sim de todo o sistema de transmissão de energia elétrica urbana que permitiria as lâmpadas se acenderem nas casas das pessoas. Ele enxergou o todo, não inovou apenas numa parte! Ele teve Visão!
Assim, podemos nos perguntar: Por que o símbolo para inovação não deveria ser o olho? É a nossa capacidade de “enxergar” os problemas e o ecossistema no qual ele se insere que nos permite buscar as soluções criativas e inovadoras – a tal da “lâmpada”. Tentar criar algo sem visão é como desenvolver uma solução sem ter a plena noção de qual problema ela resolverá. Isso é mais comum do que imaginamos.
Uma visão é a imagem de um mundo melhor através do qual seu produto ou serviço tornará isso possível.
Gosto dessa imagem, que lembra nossos dois olhos com os quais identificamos os problemas e buscamos as soluções.
Mas onde tudo o que descrevi acima se conecta com o tema deste artigo?
É que a inovação na Saúde Digital não é apenas uma questão de boas ideias, wearables bacanas, aplicativos de Healthcare bem legais e bonitos, sistemas de Big Data e Inteligência Artificial poderosos e tantas outras coisas que estamos presenciando nascer (e alguns até morrer tão rápido quanto nasceram) nesse ecossistema do mundo digital. A verdadeira Saúde Digital e seu sucesso em inovar está sobretudo na nossa capacidade de visão do todo, em como conseguimos enxergar a Saúde e seus atores (como dizem em inglês, os Stakeholders)! E isso não é trivial, se apenas nos forçamos a olhar pedaços isolados desse intrincado “Cubo Mágico” complexo que é a Saúde.
Uma cultura de inovação não pode existir sem visão!
Somente se nos esforçarmos a enxergar a Saúde, seus atores (pacientes, médicos, profissionais de saúde, empresas, hospitais e centros clínicos, governo, etc) e seus desafios, com suas relações e interdependências, é que poderemos encaixar as peças em seus devidos lugares no contexto da Saúde Digital. E essa tarefa é por natureza multidisciplinar, a soma de nossas visões com foco correto. Isso não é idealismo, é pragmatismo!
Em um próximo artigo vou abordar esta temática da Inovação e Visão na Saúde Digital, como elas pode e devem trabalhar em sintonia.
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Guilherme Rabello
Gerência Comercial e Inteligência de Mercado
InovaInCor – InCor / Fundação Zerbini