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A influência do oxímetro de pulso no atendimento de COVID-19 grave em pacientes com tom de pele mais escuro

A  influência do oxímetro de pulso no atendimento de COVID-19 grave em pacientes com tom de pele mais escuro
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jun. 30 - 3 min de leitura
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Publicado no JAMA Internal Medicine o estudo indicou que o oxímetro é menos preciso quando usado em pacientes com tons de pele mais escuros, e essa imprecisão pode ter feito com que o tratamento para COVID-19 grave tenha sido realizado tardiamente ou não realizado em pacientes com tons mais escuros.

Pesquisadores do Rush University Medical Center, do Johns Hopkins University e da Baylor College of Medicine avaliaram os registros médicos e os compararam com os achados de gasometria arterial de pacientes com COVID-19. Os autores avaliaram mais de 7.000 pacientes com COVID-19 de cinco centros de referência e hospitais comunitários do Sistema de Saúde Johns Hopkins. Como resultado, eles encontraram que 1.216 pacientes tiveram seus níveis de oxigênio no sangue aferidos com o oxímetro de pulso e com a gasometria arterial (ABG) dentro de 10 minutos entre os teste.

Ao comparar as duas leituras os pesquisadores descobriram que os oxímetros de pulso superestimaram os níveis de oxigênio no sangue em pacientes que se identificaram como negros, hispânicos ou asiáticos em uma taxa mais alta comparado com pacientes brancos.  Assim, o número no oxímetro era maior que o número verdadeiro (confirmado pela gasometria), significando que o nível real de oxigênio no paciente era menor do que o número no oxímetro, usado para orientar o atendimento clínico. Por isso, os oxímetros também demoraram a mostrar elegibilidade para tratamento grave com COVID-19 com mais frequência em pacientes negros e hispânicos do que em pacientes brancos.

O atraso no reconhecimento da elegibilidade do tratamento ocorreu mais frequentemente em 29% de pacientes negros do que em pacientes brancos, e em 23% por cento mais frequentemente em pacientes hispânicos do que em pacientes brancos. Havia também cerca de 450 pacientes no estudo onde a elegibilidade do tratamento nunca foi reconhecida pelo oxímetro.

Como hipótese para justificar essa imprecisão e erro nas leituras dos oxímetros em pacientes com tons de pele mais escuros, os autores acreditam que possa ser porque não foram incluídas pessoas suficientes de vários tons de pele no desenvolvimento e validação do oxímetro, sendo aprovado, comercializado e difundido na prática um dispositivo médico desigual.

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Referência

 Ashraf Fawzy et al, Racial and Ethnic Discrepancy in Pulse Oximetry and Delayed Identification of Treatment Eligibility Among Patients With COVID-19, JAMA Internal Medicine (2022). DOI: 10.1001/jamainternmed.2022.1906


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