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Pesquisa observa que 8% dos atletas desenvolvem sintomas persistentes após a COVID-19

Pesquisa observa que 8% dos atletas desenvolvem sintomas persistentes após a COVID-19
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jun. 8 - 3 min de leitura
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Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) buscou caracterizar manifestações agudas e pós-agudas de COVID-19 em atletas. Para isso, eles realizaram uma revisão sistemática e meta-análise, buscando pesquisas publicadas de 2019 a 6 de janeiro de 2022 em quatro bases de dados (MEDLINE, EMBASE, SCOPUS, SPORTDiscus).

Foram analisados um total de 43 artigos científicos que descrevem os impactos da COVID-19 em atletas, abrangendo um total de 11.500 atletas, incluindo amadores e profissionais de alto rendimento. Os resultados foram divulgados no British Journal of Sports Medicine.

De acordo com a pesquisa, 74% dos atletas apresentaram sintomas na fase aguda, sendo os mais comuns anosmia/ageusia (46,8%), febre/calafrio (38,6%), dor de cabeça (38,3%), fadiga (37,5%) e tosse (28%). Somente 1,3% evoluiu para a forma grave da doença. Na fase crônica, no entanto, é que os dados foram mais reveladores: entre 3,8% e 17% dos atletas (intervalo de confiança com valor médio de 8%) desenvolveram sintomas persistentes, entre eles anosmia/ageusia (30%), tosse (16%), fadiga (9%) e dor no peito (8%).

Os autores observaram que, embora a doença seja assintomática ou leve na grande maioria dos casos (94%), cerca de 8% dessa população desenvolveu sintomas persistentes, que podem afetar o desempenho e até mesmo retardar o retorno aos treinos e competições. Observaram também que 3% desenvolvem intolerância ao exercício. Não é algo grave, de acordo com os pesquisadores, mas no contexto esportivo pode ser um problema. No caso dos atletas de elite, qualquer diferença na preparação pode determinar quem sobe ao pódio. 

Esta revisão traz uma caracterização relevante das apresentações de sintomas agudos em atletas competitivos, mostrando que aproximadamente um quarto dos testados eram assintomáticos, o que é menos do que um terço estimado em estudos de base populacional. Isso possivelmente ocorre porque os atletas em geral tendem a ser acompanhados de perto pela equipe médica, possivelmente resultando em uma detecção mais eficaz de casos oligossintomáticos.

Por outro lado, casos graves entre atletas (1,3%) foram ligeiramente menos frequentes do que na população jovem (2,7%) de acordo com outros estudos, dado que poderia ressaltar o papel potencial de altos níveis de atividade física e/ou aptidão física como fatores de proteção contra COVID-19 grave, embora outros fatores, como nutrição e qualidade do sono também possam desempenhar um papel na resposta imune a infecções, sugerem os autores.

O estudo teve, no entanto, algumas limitações. Todos os estudos avaliados nesta revisão foram realizados antes do surgimento da variante Omicron. Além disso, não havia informação sobre o estado vacinal dos atletas, esta revisão não conseguiu testar o efeito da imunização nos sintomas de COVID-19 na população de atletas.

 

Artigos relacionados:

Referências:

Lemes IR, Smaira FI, Ribeiro WJD, et al. Acute and post-acute COVID-19 presentations in athletes: a systematic review and meta-analysis British Journal of Sports Medicine Published Online First: 27 May 2022. doi: 10.1136/bjsports-2022-105583. Disponível em https://bjsm.bmj.com/content/early/2022/05/26/bjsports-2022-105583


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