Em uma movimentação inédita, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, em Genebra, na Suíça, uma resolução que eleva a saúde indígena ao nível de prioridade global. A resolução, apresentada pelo Brasil durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), foi aprovada por unanimidade, representando um marco histórico na saúde global.
O Brasil recebeu o apoio de outros 13 países, incluindo Austrália, Bolívia, Canadá, Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru e Estados Unidos, além da União Europeia. Juntos, esses países estão dando um passo importante para garantir o acesso igualitário e integral à saúde para a população indígena em todo o mundo.
Essa iniciativa culminará na criação de um plano global de saúde indígena pela OMS, com o objetivo de trocar experiências e estratégias entre as nações signatárias. Esse marco é o primeiro em 75 anos de história da OMS e servirá como uma plataforma para o desenvolvimento de estratégias nacionais que garantam o acesso à saúde dos povos indígenas.
Os países são incentivados a desenvolver planos regionais que favoreçam sistemas de saúde capazes de promover ações específicas para as populações indígenas locais. Além disso, a resolução pede a inclusão e o respeito aos costumes e práticas culturais tradicionais desses povos no planejamento e execução das ações de saúde. A adesão a este plano é voluntária, mas fortemente incentivada.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem mais de 476 milhões de indígenas em cerca de 90 países em todo o mundo, representando pouco mais de 6% da população global. Infelizmente, essas populações enfrentam altas taxas de pobreza e uma expectativa de vida até 20 anos menor que os não indígenas.
A iniciativa representa um passo importante para reconhecer e lidar com as disparidades de saúde que afetam as populações indígenas. Porém, é essencial que profissionais de saúde, estudantes e cidadãos estejam informados e engajados neste processo, dada a complexidade da saúde indígena e as especificidades que envolvem a sua abordagem.
Além disso, a participação de profissionais de saúde indígenas como agentes de saúde e sanitaristas é de extrema relevância. Eles têm a capacidade de conectar o conhecimento médico tradicional e os cuidados modernos, proporcionando um tratamento mais eficaz e culturalmente apropriado.
Concluindo, essa resolução da OMS é um avanço significativo na luta pela igualdade no acesso à saúde. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas iniciativas como essa sinalizam um futuro mais equitativo e inclusivo para os povos indígenas. A comunidade médica, assim como todos os envolvidos na área da saúde, deve estar pronta para atender a esse chamado e garantir que a saúde indígena seja uma prioridade global.
Leia também:
- "Nove Noites" e a Solastalgia Indígena
- A Ameaça de Pandemias Futuras: O Alerta para a Preservação da Floresta Amazônica
- Um bilhão de pessoas atendidas em unidades de saúde sem eletricidade
- Inscrições Abertas: Programa Mais Médicos oferece vagas em todo o país para fortalecer a assistência médica na atenção primária
- OMS lança Rede Global de Vigilância de Patógenos para Prevenir Epidemias e Pandemias
- Conferência Nacional de Saúde aborda saúde da população em situação de rua
Referências:
Agência Brasil (Maio, 2023) - OMS aprova ação que eleva saúde indígena ao nível de prioridade global
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2023-05/oms-aprova-acao-que-eleva-saude-indigena-ao-nivel-de-prioridade-global
ONU News (Maio, 2023) - OMS adota resolução elevando saúde indígena ao nível de prioridade global
https://news.un.org/pt/story/2023/05/1815072