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Boa notícia no combate à malária: novo anticorpo monoclonal mostra eficácia de até 6 meses

Boa notícia no combate à malária: novo anticorpo monoclonal mostra eficácia de até 6 meses
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ago. 9 - 4 min de leitura
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A malária é uma doença que confere risco de vida, transmitida por mosquitos, causada por protozoários do gênero Plasmodium. Somente em 2020, a doença afetou 241 milhões de pessoas e levou 627 mil pessoas à morte em todo o mundo – um aumento de 12% na mortalidade em comparação com o ano anterior. O desenvolvimento de uma vacina contra a malária continua a ser um objetivo de saúde pública. 

A vacina RTS,S/AS01 (Mosquirix), recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em outubro de 2021 para uso em lactentes (crianças de 5 a 18 meses) em regiões endêmicas, fornece proteção apenas parcial contra a malária clínica, com eficácia vacinal relatada de 36,3% após 4 anos de seguimento. 

Uma abordagem mais direta do que a imunização ativa por meio de vacinas é o uso de anticorpos prontos para que o organismo possa começar a combater a infecção com força total assim que um intruso for detectado. 

Agora, um grupo de pesquisadores do governo dos Estados Unidos descobriram que um anticorpo desenvolvido em laboratório protegeu a maioria dos participantes do estudo da infecção pelo parasita da malária. Neste caso, o anticorpo (chamado L9LS) foi otimizado (em relação a uma versão anterior, cujos resultados haviam sido publicados em 2021) para se fixar em uma determinada proteína usada pelo parasita da malária para infectar órgãos do corpo, principalmente o fígado.

O ensaio clínico envolveu 23 adultos americanos saudáveis, 17 dos quais receberam o anticorpo monoclonal, seja por via intravenosa ou injeção. Os seis pacientes restantes representaram o grupo de comparação. Todos foram expostos voluntariamente, em condições controladas, a mosquitos portadores do parasita da malária. Os resultados foram publicados na revista científica The New England Journalof Medicine.

Dos 17 participantes que receberam o anticorpo, 15 ficaram completamente protegidos, não apresentando nenhum parasita detectável no sangue três semanas após a infecção controlada. Isso incluiu todos os voluntários que receberam uma dose mais alta do anticorpo. Apenas dois deles – um que recebeu uma dose muito baixa do anticorpo e outro que o recebeu por injeção subcutânea apresentaram parasitas em seu corpo. 

Em contraste, todas as seis pessoas do grupo de comparação tinham parasitas no sangue (e foram, desta forma, tratadas com medicamentos padrão para malária). Os pesquisadores observam que o anticorpo tem uma meia-vida de 56 dias, sugerindo que pode ser eficaz por até seis meses em crianças. Mais testes precisarão ser feitos para ver quanto tempo dura a proteção na natureza.

Os pesquisadores também mostraram que era possível administrar o anticorpo com uma injeção padrão, em vez das infusões intravenosas normalmente usadas para fornecer anticorpos monoclonais. Isso será muito importante, de acordo com os pesquisadores, para uso no "mundo real".

Os pesquisadores estimam que esta versão poderia proteger uma criança contra a malária por 6 a 12 meses. No entanto, eles alertaram que ainda há muito trabalho a ser feito para otimizar, em termos logísticos e financeiros, o uso de anticorpos monoclonais no combate à malária.

 

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Referências:

Wu RL, Idris AH, Berkowitz NM, et al. VRC 614 Study Team. Low-Dose Subcutaneous or Intravenous Monoclonal Antibody to Prevent Malaria. N Engl J Med. 2022 Aug 4;387(5):397-407. doi: 10.1056/NEJMoa2203067. PMID: 35921449. Disponível em https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2203067?query=featured_home


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