O consumo elevado de alimentos ultraprocessados – como biscoitos, refrigerantes, salgadinhos, salsicha e batatas fritas – pode estar associado a um risco maior de desenvolvimento de demência. A constatação é resultado de um estudo realizado pela Universidade Médica de Tianjin, na China, e publicado no site Neurology, no último dia 27.
Ao longo de dez anos, foram acompanhadas 72.083 pessoas com 55 anos de idade ou mais do UK Biobank (banco de dados contendo informações de saúde de meio milhão de pessoas que vivem no Reino Unido). Periodicamente, elas responderam questionários sobre o que haviam comido ou bebido no dia anterior, tendo a ingestão de alimentos ultraprocessados calculada em gramas e comparada com a ingestão, também em gramas, de outros tipos de alimentos.
Os participantes foram então divididos em quatro grupos, dos que consumiam menos alimentos ultraprocessados (cerca de 225 gramas por dia) até os que consumiam mais (cerca de 814 gramas por dia). No grupo mais baixo, ao final da pesquisa, 105 de 18.021 pessoas haviam desenvolvido demência. No grupo mais alto, foram 150 também de 18.021.
"Os alimentos ultraprocessados diminuem a qualidade da dieta. Além disso, podem conter aditivos alimentares ou moléculas de embalagens que já demonstraram em outros estudos ter efeitos negativos sobre as habilidades de pensamento e memória”, diz o autor da pesquisa, Huiping Li. “Nosso trabalho não apenas descobriu que os alimentos ultraprocessados estão associados a um aumento do risco de demência, mas também que substituí-los por opções saudáveis pode diminuir esse risco".
Foi constatado que se uma pessoa substituir 10% dos alimentos ultraprocessados por alimentos não processados ou minimamente processados - como frutas frescas, vegetais, legumes, leite e carne – o risco de desenvolver demência pode ser 19% menor.
Alimentos ultraprocessados são ricos em açúcar, gordura e sódio, o que normalmente os torna bastante saborosos. Porém, são pobres em proteínas e fibras, essenciais ao bom funcionamento do organismo. Eles também já foram associados a outros problemas, como câncer, diabetes tipo 2 e problemas cardíacos.
Com informações de Neurology.
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