Dificuldade para dormir. Cansaço. Estresse. Sono acumulado. Vontade de dormir demais. Privação de sono. Sono leve. Sono desregulado. Já vivenciou na pele algumas dessas situações? Se você é residente, estudante de medicina ou profissional de saúde, imaginamos que certamente a resposta é sim!
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Não existe um único motivo que influencia o desenvolvimento dos distúrbios de sono como insônia, apneia obstrutiva, entre outros. É justamente por isso que é importante falar sobre o assunto não só no Dia Mundial do Sono, comemorado hoje (18 de março), como também em outras épocas. É claro que, diante de uma pandemia que se arrasta por mais de dois anos, marcada por um cenário de instabilidades sociais, econômicas, financeiras e tantas outras, inevitavelmente, são potencializados fatores estressantes que abalam a qualidade de vida, a saúde mental e, claro: interferem na rotina do sono.
Para entender esse impactos, pesquisadores do Instituto do Sono realizaram uma pesquisa com mais de 1600 pessoas, de 24 estados brasileiros e descobriram que mais de 55,1% da população investigada relatou piora do sono durante a pandemia, por motivos diversos como: maior tempo de exposição às telas de dispositivos móveis como smartphones, TV e computador; dificuldade para dormir devido às preocupações; falta de entusiasmo e indisposição.
Além das interrupções no sono, da maior dificuldade para dormir e do aumento da frequência de situações como acordar no meio da noite, houve um aumento de 286% em relação às queixas de pesadelos e sonhos ruins entre as pessoas entrevistadas.
Outra pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Sono revelou que as pessoas estão dormindo menos nos últimos anos (mesmo antes da pandemia). Em 2018, a média diária era de 6 horas e 36 minutos. Em 2019, esse índice passou a ser de 6 horas e 24 minutos.
Neste cenário, alguns especialistas defendem que o Brasil vive uma epidemia de insônia. Por isso, é importante ligar o sinal de alerta para as consequências que as noites mal dormidas geram na vida, na produtividade e na saúde.
Pensando nisso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), lançou uma campanha de alerta sobre o assunto com o tema “Ronco não é piada”. Segundo a entidade, é fundamental conscientizar as pessoas sobre a necessidade de um bom sono não só para melhorar a qualidade de vida, como também para contribuir para a prevenção de doenças como:
Pressão alta;
Diabetes;
Síndrome metabólica;
Ansiedade;
Depressão, entre outras.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da instituição, Danilo Sguilla reforçou:
“O sono é parte integrante do nosso processo fisiológico. Precisamos dormir para reparar a energia gasta em um dia todo de trabalho, para consolidar nossa memória".
Dicas para melhorar a qualidade do sono
Afinal, o que fazer para melhorar a qualidade do sono? Não existe uma fórmula mágica para dormir melhor, mas de acordo com um material do Ministério da Saúde, alguns hábitos que podem ajudar a amenizar esse problema, a partir do que se entende por higiene do sono (conjunto de hábitos que podem ser aplicados especialmente antes de dormir para ter uma noite mais tranquila).
Confira as dicas abaixo:
Não planeje suas atividades do dia seguinte na cama;
Estabeleça horários regulares para ir dormir e se levantar, inclusive no final de semana;
Evite o consumo de café e/ou bebidas que contenham cafeína antes de dormir;
Se possível, não consuma alimentos perto do horário de dormir;
Desligue o celular ou deixe-o bem longe para evitar distrações;
Crie um ritual do sono: um banho relaxante e uma leitura, por exemplo, ajudam a fazer um “detox” dos problemas diários;
Medite. A meditação ajuda a respirar melhor e esvaziar sua mente.
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Referências
- AGÊNCIA BRASIL. Campanha alerta sobre importância do sono saudável na vida das pessoas. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-03/campanha-alerta-sobre-importancia-do-sono-saudavel-na-vida-das-pessoas. Acesso em 18 de março de 2022.
- INSTITUTO DO SONO. Pesquisa sobre o sono na pandemia. Disponível em: https://institutodosono.com/artigos-noticias/pesquisa-sobre-o-sono-na-pandemia/. Acesso em 18 de março de 2022.
- DE LUCENA, Larissa Sena et al. DISTÚRBIOS DO SONO NA PANDEMIA DO COVID-19: REVISÃO NARRATIVA. Estudos Avançados sobre Saúde e Natureza, v. 1, 2021.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Distúrbios do sono. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/disturbios-do-sono/. Acesso em 18 de março de 2022.