Ensaio clínico de fase 3 demonstrou que a empagliflozina forneceu melhorias clinicamente e estatisticamente significativas em controle glicêmico de jovens entre 10 a 17 anos de idade com diabetes tipo 2. O mesmo não aconteceu com a linagliptina.
Segundo o primeiro autor do trabalho, Lori M. Laffel, que é chefe da Seção de Pediatria e da Seção de Pesquisa Clínica, Comportamental e de Resultados no Joslin Diabetes Center, em Boston, nos Estados Unidos, o diabetes tipo 2 é cada vez mais comum entre crianças, estando provavelmente relacionado ao aumento do sobrepeso e obesidade infantil em todo o mundo. Pacientes pediátriocos com diabetes tipo 2 têm maiores riscos de complicações no início da fase adulta.
O estudo duplo-cego controlado por placebo foi publicado no The Lancet Diabetes & Endocrinology e contou com 158 participantes randomizados de 10 a 17 anos com diabetes tipo 2. Eles foram divididos em três grupos: os que tomaram empagliflozina, os que fizeram tratamento com linagliptina e o grupo controle que ingeriu placebo. Os dois grupos que tomaram medicamento foram comparados com um único grupo de placebo. Os participantes foram acompanhados em 108 locais, em quinze países.
No grupo da empagliflozina, os pesquisadores decobriram que os níveis de hemoglobina glicada (HbA1C) dos participantes diminuíram na quarta semana e permaneceram abaixo do grupo placebo na semana 26, demonstrando uma melhora no controle do diabetes com uma diferença média ajustada na HbA1c de 0,84% favorecendo a empagliflozina em comparação com o placebo.
No grupo da linagliptina, os cientistas verificaram diminuição inicial na HbA1C na semana quatro, seguida por aumento em relação aos valores basais na semana 26, o que foi semelhante ao observado no grupo do placebo.
Da mesma forma, quando os pesquisadores analisaram a glicose plasmática em jejum dos participantes, observaram efeitos maiores no grupo da empagliflozina versus o grupo do placebo. Além disso, os perfis de segurança da empagliflozina e da linagliptina corresponderam aos observados em estudos de adultos com diabetes tipo 2.
Por fim, Lori M. Laffel afirma que os resultados apoiam o manejo do diabetes tipo 2 em jovens com empagliflozina para redução segura e eficaz de HbA1C no início do curso da doença. Sendo assim, a administração oral de empagliflozina juntamente com insulina injetável pode oferecer uma abordagem promissora para o tratamento.
Referência:
Lori M Laffel et al, Efficacy and safety of the SGLT2 inhibitor empagliflozin versus placebo and the DPP-4 inhibitor linagliptin versus placebo in young people with type 2 diabetes (DINAMO): a multicentre, randomised, double-blind, parallel group, phase 3 trial, The Lancet Diabetes & Endocrinology (2023). DOI: 10.1016/S2213-8587(22)00387-4
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