Pesquisadores
da Johns Hopkins Medicine analisaram
como o estresse pode aumentar o apetite em adultos magros e com obesidade. Uma série
de experimentos foram feitos com uso de ressonância magnética funcional (fMRI)
para medição da atividade cerebral em redes neurais. Os resultados foram
publicados na revista PLOS ONE, em 28
de setembro.
Segundo
os cientistas, o estresse afeta as respostas do cérebro à comida, sendo que há
diferenças significativas nas reações a estímulos alimentares em áreas do
cérebro de adultos magros e obesos associadas à recompensa e ao controle
cognitivo.
Para
o estudo, os autores analisaram dados de 29 adultos (16 mulheres e 13 homens),
17 com obesidade e 12 magros. Os participantes completaram dois exames de
ressonância magnética funcional, um deles realizado após teste de estresse
social e fisiológico.
Os
participantes receberam um teste de reatividade de palavras de alimentos
durante os dois exames de imagem. Os cientistas buscaram observar como o
cérebro dos pacientes reagia a palavras de comida, como itens de menu em um
quadro-negro.
Para
maximizar a resposta apetitiva no cérebro, os pesquisadores pediram aos
participantes que imaginassem a aparência, o cheiro e o sabor de cada alimento
e também como seria comê-lo naquele momento. Também foi perguntado quanto
desejavam de cada alimento e se achavam que não deveriam comer aquele alimento,
para ver como a tomada de decisão relacionada a cada produto era abordada.
O
estudo mostrou que o estresse afeta as respostas do cérebro à comida. Por
exemplo, indivíduos obesos apresentaram maior ativação do córtex orbitofrontal,
uma região de recompensa do cérebro, após o teste de estresse. Os experimentos
também demonstraram que adultos obesos e magros diferem um pouco em suas
respostas cerebrais: os pacientes obesos tiveram menos ativação de regiões de
controle cognitivo para palavras de alimentos, especialmente para alimentos
altamente calóricos, como por exemplo “queijo grelhado”.
Assim,
houve evidência de que indivíduos obesos sem compulsão alimentar, ao contrário
de indivíduos magros, consumiram mais calorias após a condição de estresse.
Juntos, os resultados comportamentais fornecem um suporte modesto para a regulação
do apetite induzida pelo estresse, com impactos na ingestão de refeições
subsequentes entre alguns indivíduos obesos. Os autores concluem que este tipo
de compreensão é essencial para o entendimento da fisiopatologia da obesidade e
pode auxiliar no tratamento da condição.
Referência:
Susan Carnell, Leora Benson, Afroditi Papantoni, Liuyi
Chen, Yuankai Huo, Zhishun Wang, Bradley S. Peterson, Allan Geliebter. Obesity and acute stress
modulate appetite and neural responses in food word reactivity task. PLOS ONE, 2022; 17 (9): e0271915 DOI: 10.1371/journal.pone.
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