Pessoas contaminadas com a varíola dos macacos (monkeypox)
podem transmitir o vírus até quatro dias antes do aparecimento dos sintomas,
com mais da metade das transmissões ocorrendo potencialmente nesse período.
Isto é o que afirma um estudo realizado no Reino Unido, com conclusões
recém-publicadas no British Medical
Journal.
Foram analisados, por pesquisadores da Agência de Segurança
da Saúde do Reino Unido, dados de rastreamento de contatos de 2.746 pessoas que
testaram positivo para varíola dos macacos entre os últimos meses de maio e
agosto.
Segundo o estudo, após o paciente ser exposto ao vírus
causador da varíola dos macacos, os sintomas levam, em média, oito dias para começar
a aparecer. No geral, o período foi maior do que a duração do tempo entre um paciente caso
primário (infectante) e um paciente caso secundário (infectado) apresentarem
sintomas iniciais, o que é chamado de intervalo serial.
O fato do intervalo serial mediano ser menor do que o período de incubação do vírus indica uma transmissão pré-sintomática consideravelmente grande. Entre os participantes do estudo, 53% das transmissões ocorreram antes que os pacientes apresentassem qualquer sintoma. A transmissão foi detectada no máximo quatro dias antes do início dos sintomas, que incluem febre, dores musculares e lesões cutâneas.
Novos estudos ainda devem ser realizados para que as descobertas sejam confirmadas.
A varíola dos macacos começou a se espalhar para além dos
países da África Ocidental, onde é endêmico, no último mês de maio. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), ela já matou 36 pessoas, sendo registrados
cerca de 77 mil casos em diversos países. Com oito falecimentos, o
Referência:
Transmission dynamics of monkeypox in the United Kingdom: contact tracing study, The BMJ (2022). DOI: 10.1136/bmj-2022-073153
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