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Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 8

Maria Montessori: educar é o melhor remédio! - Parte 8
Luan Gustavo
out. 6 - 3 min de leitura
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Seja bem-vindo à coluna Historynemia que conta as histórias de personagens importantes da medicina e suas contribuições para a sociedade. Fique à vontade para comentar, curtir e compartilhar com seus amigos. 

Após termos concluído a discussão  do Método Montessoriano, continuaremos a discutir o contexto político em que viveu nossa querida médica-educadora.  Vamos lá?

Um beco sem saída

E qual seria a opinião, o posicionamento político de Montessori em relação a esses eventos que estiveram tão presentes em sua biografia? Através das fontes apuradas, esse envolvimento se deu da seguinte forma: Em 1922, durante o governo de Mussolini o ministro da educação da Itália era o médico e professor de história Antonino Anile, essa cara era amigo de Maria Montessori e a convidou para retornar a Itália, ela já estava em Barcelona há uns 5 anos, inicialmente ele a convidou para dar umas palestras em Nápoles e depois pediu para que ela tomasse conta das escolas para crianças jovens de Roma, onde o método dela já era utilizado. 

A autora do artigo intitulado Maria Montessori, Education For Peace, Bárbara Thayer-Bacon, nos conta que no pós-guerra a Itália estava em más condições sociais e econômicas e, com a promessa de uma reconstrução, Mussolini conseguia a princípio, atrair vários intelectuais que poderiam ajudar nesse objetivo. Uma dessas pessoas teria sido a Montessori, pois Mussolini teria observado que as escolas dela faziam muito sucesso no exterior, então marcou um encontro com ela e a incentivou a fazer o mesmo na Itália que ele apoiaria a escolas montessorianas no país. Maria se declarava sem lado político, aparentemente, publicamente ela também não apoiava e nem se opunha ao regime fascista, essa posição neutra dela se manteve até o momento em que o regime começou a interferir em suas escolas. Segundo Bárbara, quando Mussolini pediu pra Montessori fazer de seus alunos soldados para a Itália e ela se recusou, todas as escolas montessorianas do país foram fechadas pelo regime fascista.

 

Ouça esse episódio na íntegra clicando abaixo:

A posição de neutralidade da Montessori gerou diversas interpretações, ao aceitar o convite de Barcelona a imagem de suas escolas ficou associada ao motim catalão e a guerra civil espanhola, embora ambos os lados a tivessem visto com maus olhos por não haver se manifestado. Quando ela aceita o convite de Mussolini e abre escolas em seu país com o apoio do governo, ela teve sua imagem associada ao fascismo e, quando a Itália se uniu com a Alemanha durante a segunda guerra, ainda que suas escolas já estivessem sido fechadas alguns anos antes em ambos os países, associações com o regime nazista também foram feitas.

Continua...

Está gostando do conteúdo? Acompanhe os próximos textos aqui na Academia Médica e conheça o final da história dessa heroína da medicina e da educação.

Leia os episódios anteriores da série

Referência:

Barbara Thayer- Bacon. Maria Montessori: Education  for Peace. Journal of peace education and social justice, v.5, n.3 (2011): 307-319


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