A empresa farmacêutica Merck soltou uma nota oficial na sexta-feira, dia 26 de novembro, afirmando que em uma análise final de um ensaio clínico, sua pílula antiviral molnupiravir reduziu o risco de hospitalização e morte entre os pacientes com COVID-19 de alto risco em 30%, ante uma estimativa anterior de 50%.
A eficácia mais baixa para o medicamento com o qual as autoridades de saúde em todo o mundo contam como uma ferramenta crítica para salvar vidas e reduzir a carga sobre os hospitais pode soar como uma decepção. Isso aumenta a importância de uma oferta semelhante, aparentemente mais eficaz, da Pfizer, que também está sendo analisada pelo Food and Drug Administration (FDA).
Um painel de conselheiros do FDA deve se reunir nesta terça-feira para discutir o tratamento da Merck e votar se é recomendável autorizá-lo para tratar pacientes de COVID de alto risco.
A estimativa inicial da Merck de que a droga reduzia a hospitalização e a morte em 50% veio de uma análise inicial dos resultados de 775 participantes do estudo. O número atualizado anunciado na sexta-feira veio de mais de 1.400 pacientes. Na análise final, os participantes que receberam molnupiravir tinham um risco de 6,8% de serem hospitalizados e um paciente morreu. Aqueles que receberam um placebo tiveram um risco de 9,7% de serem hospitalizados e nove morreram.
Os medicamentos com anticorpos monoclonais, que são normalmente administrados por via intravenosa nos Estados Unidos, reduzem as hospitalizações e as mortes em pelo menos 70%. O antiviral da Pfizer, Paxlovid, que foi observada em um ensaio clínico para reduzir o risco de hospitalização e morte em 89%, pode estar disponível dentro de semanas. A fluvoxamina, um antidepressivo comum e barato, parece ser tão eficaz quanto o molnupiravir.
Concebido para ser dispensado em farmácias e levado em casa, o medicamento da Merck é o primeiro em uma nova classe de tratamentos antivirais para COVID-19 que devem atingir muito mais pessoas do que outros tratamentos. Especialistas em saúde pública afirmam que, embora as pílulas não substituam a vacinação, elas têm o potencial de prevenir doenças graves e salvar vidas.
Referências:
Merck and Ridgeback Biotherapeutics Provide Update on Results from MOVe-OUT Study of Molnupiravir, an Investigational Oral Antiviral Medicine, in At Risk Adults With Mild-to-Moderate COVID-19. Disponível em https://www.merck.com/news/merck-and-ridgeback-biotherapeutics-provide-update-on-results-from-move-out-study-of-molnupiravir-an-investigational-oral-antiviral-medicine-in-at-risk-adults-with-mild-to-moderate-covid-19/
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