Um estudo do Monash Biomedicine Discovery Institute encontrou que proteínas evasinas da saliva de carrapato podem ser modificadas para bloquear as atividades de quimiocinas nas doenças inflamatórias como artrite, asma e esclerose múltipla(1).
Essas doenças usam os glóbulos brancos para atacar os tecidos alvo. As quimiocinas, produzidas pelos tecidos afetados, atraem as células brancas. Ao atingir as quimiocinas, as evasinas bloqueiam o movimento dos glóbulos brancos e impedem o dano tecidual(1).
O carrapato produz uma grande gama de evasinas, o que permite que o inseto se alimente por longos períodos sem alertar o hospedeiro, uma vez que as proteínas suprimem uma parte ampla da resposta inflamatória do hospedeiro(1).
No entanto, apenas algumas quimiocinas estão envolvidas em doenças inflamatórias, assim, para aplicações terapêuticas, é essencial modificar as evasinas para que tenham como alvo apenas as quimiocinas causadoras de doenças(1).
O estudo identificou a base estrutural do reconhecimento de quimiocinas e estabeleceu uma primeira estrutura para a engenharia de produção de evasinas. Com isso é possível projetar uma evasina com capacidade superior, proporcionando um novo modelo estrutural em que as proteínas podem atingir a seletividade de ligação (1). Atualmente no mercado farmacêutico não há terapias anti-inflamatórias direcionadas ao sistema de quimiocinas proporcionando um novo caminho para a pesquisa anti-inflamatória(1).
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Referências
(1) Monash University. Tick saliva may offer a path to new therapies for inflammatory diseases. Fev 2022. Disponível em https://medicalxpress.com/news/2022-02-saliva-path-therapies-inflammatory-diseases.html