Pessoas com pré-diabetes mellitus têm mais chances de desenvolver a Covid-19 de forma grave, segundo pesquisadores da Fiocruz Bahia. Um estudo desenvolvido pela entidade - publicado no último dia 8 de julho na revista Frontiers in Endocrinology - analisa biomarcadores sanguíneos para entender as causas do problema.
Durante o trabalho - liderado pelas pesquisadoras Natália Machado e Viviane Boaventura - foi percebida uma associação entre os níveis da citocina interleucina-6 (IL-6) e o desenvolvimento de casos graves da doença.
“A pesquisa comparou os biomarcadores sanguíneos de pacientes com pré-diabetes e pacientes sem pré-diabetes durante a fase mais grave da infecção e três meses após a hospitalização. Foi notado que pacientes pré-diabéticos necessitaram de maior tempo de hospitalização, com uma média de 15 dias comparada a média de 8 dias dos pacientes sem pré-diabetes. Indivíduos pré-diabéticos que requeriram cuidados intensivos chegaram a 78% dos casos, em comparação com 56% dos pacientes sem pré-diabetes que necessitaram dos mesmos cuidados. Além disso, pré-diabéticos também apresentaram maior grau de lesão pulmonar”, informa a Fiocruz.
Segundo a entidade, foi encontrada relação entre os casos mais graves e os níveis de IL-6. O fator, associado com a redução da oxigenação no sangue, achava-se elevado em 63% dos quadros de pré-diabetes, mas não haviam grandes alterações em outros biomarcadores, como o TNF – Alfa e o Leucotrieno B4. Através desta observação, os pesquisadores entenderam que altos níveis de IL-6 podem ser um fator relevante para o agravamento da COVID-19.
Através de avaliação do nível de qualidade de vida e da presença de possíveis sintomas residuais, também foi investigado os impactos da doença em pessoas pré-diabéticas após três meses depois da fase aguda da doença. No período, não foram constatadas diferenças significativas nos parâmetros laboratoriais nem grandes sequelas.
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