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Suicídio: Reescreve as estatísticas de mortalidade e ameaça os profissionais da saúde

Suicídio: Reescreve as estatísticas de mortalidade e ameaça os profissionais da saúde
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set. 29 - 4 min de leitura
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Nos últimos anos, diversos estudos têm trazido preocupações crescentes relacionadas à saúde mental e ao bem-estar da população global.

Uma publicação em JAMA Network Open, datada de 26 de setembro de 2023, evidenciou riscos alarmantes de suicídio entre profissionais da saúde no país. Os dados demonstraram que certos grupos, principalmente enfermeiros registrados, técnicos de saúde e trabalhadores de apoio à saúde, estão enfrentando um risco significativamente maior de suicídio em comparação com outros trabalhadores.

Dentro da amostra analisada, composta por cerca de 1,84 milhões de adultos empregados entre 2008 e 2019, as taxas anuais padronizadas de suicídio revelaram que para cada 100.000 profissionais da saúde:

  • 21,4 eram trabalhadores de apoio à saúde;
  • 16,0 eram enfermeiros registrados;
  • 15,6 eram técnicos de saúde.

Esta situação contrasta com a taxa de 12,6 por 100.000 para trabalhadores fora da área da saúde. O estudo identifica uma série de fatores potenciais para esse aumento de risco, incluindo estresse ocupacional, carga excessiva de trabalho e falta de recursos adequados para cuidados com a saúde mental.

Além dos números relativos à taxa de suicídio entre os profissionais da área da saúde, dados fornecidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos - CDC, também evidenciam mudanças significativas em relação às principais causas de morte da população em geral dos EUA.

Como pode ser observado na figura a seguir, historicamente, em 2001-2002, acidentes de transporte eram a principal causa de morte de crianças em todos os 50 estados. No entanto, esta tendência sofreu uma reviravolta dramática em 2020-2021, quando o suicídio ou homicídio emergiu como as causas dominantes em 11 estados. 

Os adultos, particularmente na faixa etária de 18 a 44 anos, não foram excluídos desta transição alarmante. Em quase todo o país, 47 estados registraram mudanças nas principais causas de morte ao longo de duas décadas. Notavelmente, em 43 estados, a causa principal migrou de acidentes de transporte, câncer ou doenças cardiovasculares para overdose de fentanil, homicídio ou suicídio.

Fonte: Centers for Disease control and Prevention

Ambos os conjuntos de dados - a pesquisa que envolveu profissionais da saúde e as estatísticas fornecidas pelo CDC sobre as causas de morte - sublinham a necessidade de renovar políticas públicas e implementar estratégias proativas. Tais ações devem contemplar o bem-estar geral, a saúde física e mental dos indivíduos. Além disso, é crucial a conscientização sobre programas especializados para diminuir os riscos de suicídio entre profissionais da saúde, garantindo que serviços de apoio psicológico estejam amplamente disponíveis para esse grupo.

Diante dos desafios e dos dados alarmantes, é imprescindível que cada um de nós se detenha em uma reflexão profunda. Enquanto aguardamos por medidas concretas das instituições e pela implementação de estratégias amplas, torna-se essencial nos questionarmos: "O que estou fazendo atualmente para promover minha saúde mental? Como está minha capacidade de reconhecer e comunicar quando necessito de ajuda?" Reconhecer a necessidade de cuidado é o primeiro passo. Buscar apoio e adotar estratégias pessoais não é uma mera opção, mas uma necessidade imediata.


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Referências: 

  • Olfson M, Cosgrove CM, Wall MM, Blanco C. Suicide Risks of Health Care Workers in the US. JAMA. 2023;330(12):1161–1166. doi:10.1001/jama.2023.15787
  • USA FACTS.  Centers for Disease control and Prevention






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