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2 anos da COVID-19: estudo da Fiocruz traz panorama de 2020 até os dias de hoje

2 anos da COVID-19: estudo da Fiocruz traz panorama de 2020 até os dias de hoje
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fev. 11 - 5 min de leitura
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Em fevereiro de 2022, a Fiocruz divulgou o seu Boletim do Observatório Covid-19, que apresenta  um balanço de dois anos da pandemia de coronavírus, a fim de que não ocorram em novos cenários de crise, ou mesmo continuem a ser repetidas durante a atual pandemia (1). O texto divulgado relembra, por meio de uma linha do tempo, o andamento da pandemia no Brasil e sintetiza a dimensão das perdas.

O estudo dividiu a pandemia no Brasil em 5 fases:

1. Expansão da transmissão das capitais para as cidades menores (fevereiro a maio de 2020).

  • Neste período houve a interiorização do vírus, passando das cidades maiores para as menores, periféricas e de zonas rurais. 

  • Observou-se grandes filas de espera para internação em UTI e elevada ocorrência de óbitos por falta de acesso, ou acesso tardio aos cuidados de alta complexidade, mesmo após uma expansão acentuada no número de leitos de UTI SRAG/Covid-19, incluindo a abertura de diversos hospitais de campanha no país.

2. Primeira onda e sincronização da transmissão no país (junho a agosto de 2020)

  • Evidenciou-se um alto patamar de mortalidade, com cerca de mil óbitos diários. Na época também começou a ser observado o aumento do número de casos e de óbitos em gestantes, indicando que a Covid-19 também causava mortes indiretamente. 

3. Período de transição entre primeira e segunda ondas (setembro a novembro de 2020)

  • Houve redução do número de casos e de óbitos, com governos estaduais e municipais adotando medidas isoladas de distanciamento físico e social e uso de máscaras, sem que se dessem de modo articulado nacionalmente e regionalmente. 

4. Segunda onda (dezembro de 2020 a junho de 2021) 

  • Coincidindo com a época de festas de fim de ano e com o verão, nesse momento aconteceu um rápido crescimento com predominância da variante Gama, com valores muito altos de casos e óbitos de março a junho, alcançando picos de até 3 mil óbitos por dia (pela média móvel). Esta fase foi marcada pelo colapso do sistema de saúde e pela ocorrência de crises sanitárias localizadas, combinando deficiência de equipamentos, de insumos para UTI e esgotamento da força de trabalho da saúde.

  • Em janeiro de 2021 iniciou-se a vacinação no país, entretanto, isso não impediu o rápido crescimento e grande número de casos, internações e óbitos, bem como a crise e o colapso do sistema de saúde, entre março e junho de 2021. 

5. Terceira onda (dezembro de 2021 aos dias atuais)

  • A atual onda de transmissão do COVID, combinada com as férias e o relaxamento das medidas de proteção, deram a oportunidade de introdução  da variante Ômicron no país. Além disso, o período também foi marcada por uma epidemia de vírus influenza A em vários municípios, o que levou ao aumento de casos de SRAG.

Os pesquisadores da Fiocruz apontam os efeitos positivos da vacinação na quarta fase, que foi um período de redução do número de casos, de casos graves e de mortalidade. A queda da taxa de positividade de testes também apontou a menor transmissão do vírus Sars-CoV-2, como efeito da vacinação, que alcançava 20% da população com duas doses. Em setembro, com 40% da população elegível vacinada, o Brasil alcançou uma média diária de 500 óbitos. E em novembro, já com 60% da população vacinada, a média de óbitos diários estava em torno de 250.

Apesar dos índices positivos, a vacinação é distribuída de maneira desigual no país, sendo as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com menores coberturas vacinais. Segundo o estudo, as  populações com baixa taxa de cobertura podem-se tornar mais vulneráveis e permitir o surgimento de novas variantes, como observado em áreas mais pobres do continente africano. 

Ainda, os pesquisadores afirmam que, se houver uma alta cobertura vacinal completa (2 doses no mínimo), há a possibilidade de reduzir o número de casos, internações e óbitos, como bloquear a circulação do vírus. No entanto, o estudo ressalta que as medidas não-farmacológicas continuam sendo importantes, uma vez que o distanciamento físico e uso de máscaras são os principais meios de redução da exposição e infecção pelo vírus. 

Por fim , o boletim destaca que para que isso seja possível é essencial colocar em prática  estratégias de saúde pública, como garantir oportunidade de aplicação de vacina; realizar busca ativa por pessoas que ainda não iniciaram seus esquemas vacinais; massificar a campanha de incentivo à vacinação de crianças e reforçar os benefícios gerados pela correta higienização, assim como o bom uso de máscaras. 

 

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Referências

  1. Fiocruz. Covid-19: balanço de dois anos da pandemia aponta vacinação como prioridade. Jan 2022. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-balanco-de-dois-anos-da-pandemia-aponta-vacinacao-como-prioridade 

 

 

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